Ultras Portugal
Tem toda a razão o RogérioMad. Quatro a três para Alcochete. E parece que só houve jogo até final, ou melhor dizendo, duas equipas, a pedido de muitas famílias.
Sem discutir (para já) a decisão, os aspectos técnicos ou as condicionantes estruturais e estratégicas, abordemos a forma leviana (e arrogante!) como este assunto de tostões foi tratado, e não é de hoje.
Ainda há uns meses atrás a OTA (já se vendiam lotes) aparecia como dado adquirido. A bem dizer não se conhecia mais estudos. Muito menos Alcochete, como ainda ontem admitiu o governo. Muito menos Alcochete. Como?
O mais interessante era a ausência de contraditório, ah(!) de estudo alternativo. Uns dizem quarenta anos, outros, e bem, referem a OTA desde o governo Guterres, que nem queria ouvir falar da margem Sul para não comprar mais nenhuma guerra com os ambientalistas (recordam-se da ponte Vasco da Gama, não da feijoada, mas da polémica???). Bem, a saber:
Primeiro só havia uma certeza, a OTA. Devidamente consolidada em estudos e tempo. Segundo, era a melhor (a única opção), alicerçada em estudos (realizados com tempo).
Terceiro, e se não existisse pressão para mais estudos? Sim, se não tivéssemos todos começado a berrar o assunto? Oposto que sabem a resposta, não?
Quarto, afirmou-se que não havia tempo a perder a vida é água a correr e o país não tinha tempo para brincadeiras e encomendazinhas que não iriam, obviamente dar em nada, blá, bla…Que não havia tempo.
Quinto, a SUL, bem a SUL aquilo “jamais”, aquilo é um deserto. Não pode ser. Não. Claro que não.
E mais festas avulso nos jornais e nas revistas cor-de-rosa, onde se opinava a favor de um lifting ao país ou pelo menos o uso de um hidratante e tónico.
Bem, afinal em seis meses e pico, (depois de quarenta anos!), em seis meses e picos, chegou-se a uma decisão. Em seis meses e pico, não sei se estão a ver a coisa? E, ironia sem tempo a perder com isto que é coisa séria, não interessa estar a bater no ceguinho, por acaso, a decisão vai para ( o resultado é…) Alcochete.
Ironia, fria e tenebrosa(!), o presidente da junta da OTA, afirmou na SIC que estava satisfeito, que se regozijava, que a freguesia estava sob grande pressão e nada preparada para receber estaleiros, obras, pessoas, que não tinha centros de saúde, escolas, hospitais…bem, foi o que ele disse. Mas…
Lá vieram também as claques e os associados das boas e más horas. E umas entrevistas em tascas. Onde não se pode fumar, claro.Depois, lá apareceram uns tipos das oposições com desgarradas emblemáticas de “eu não disse” “estão a ver como nós qualquer coisa” e mais isto, e mais aquilo, e “propomos desde já”…e ainda ouvi qualquer coisa “consenso”, ao longe, porque nessa altura já tinha uma luta em mãos com o gato da casa…
Alguém anda a brincar ao Bob o Construtor... não anda?
Comentários
Talvez fosse uma boa estratégia de desenvolvimento para um pais sem industria, sem agricultura e de mão de obra pouco qualificada.
Apenas li estudo do CIP... e só hoje acedi ao estudo do LNEC... mas pelos resultados e tempo dispensado... sem menospresar ou ofender a equipa técnica do estudo da LNEC... suponho que tenha sido "Copy e paste"... escrever por outras palavras...
Afinal a OTA foi (e sempre foi) uma opção válida e credível, tal como CTAlcochete o é, apenas, agora (há 6 meses)...
O contraditório sempre existiu... tal como a pressão que se fez para existir contraditório... e vice-versa (para não haver).
O CTAlcochete foi anunciado com entrevistas do Ministro no Telejornal, com Presidente do LNEC na Grande Reportagem, e entrevista do Professor do ISTécnico (que sempre defendeu Alcochete) no Jornal 2...
É bom que se explique ao país a decisão...
Considero a decisão sempre subjectiva, depende da equipa técnica, de quem lidera, de quem tem maior peso na decisão, pressão externa, etc...
Se isto acontece nas pequenas decisões, será que não acontece nas grandes decisões? Bem sabemos a resposta...
Apesar de ter visto ontem todas as explicações, dos 7 estudos efectuados penso que o da "Avaliação Financeira" foi a que pesou mais... (apesar de o dizerem que não... que todos tiveram o mesmo peso)
De facto, poupar 300 milhões na plataforma aeroportuária será fundamental para investir nos desvios da RAV, acessos (nova auto-estrada, nova ponte chelas-barreiro, derrapagens...
Tudo isto faz com a economia portuguesa cresça... se torne mais competitiva. Vivemos disso!
O que preferem: um aeroporto? Ou um um pacote de construção onde se inclua um aeroporto, uma ponte, uma auto-estrada, um bolo-rei e vinho do Porto?
Parece-me óbvio... todos gostamos de vinho do Porto!
Abraço.
P.S: Depois da decisão (convém referir que ainda é preliminar) devemos juntar esforços para que o projecto do aeroporto em Alcochete se torne um sucesso em todas as vertentes (até naquelas que perde para OTA e naquelas que não foi feito qualquer estudo).
Convém controlar a especulação imobiliária nas áreas próximas ao CTA... planear/ordenar o território da melhor forma possível...
Quanto à Portela. Depois de construído o NAL o que fazer? Encerrar ou não?
Confesso que estou (sempre tive) mais preocupado com o destino a dar aos terrenos da Portela... do que a localização do novo aeroporto...
"Imobiliários da região esfregam as mãos de contentes..."
Uma vez mais não vai haver qualquer controlo. Haverá muita ilegalidade, corrupção, abuso de poder lá prós lados de Alcochete...
Tenho receio do futuro ambiental da margem sul e dos habitantes da GAMLisboa.
Ainda bem que têm o Jardim Zoológico, Oceanário e TV cabo para ligarem na National Geographic...
Ao mesmo tempo...
"Serpa e Mértola querem desenvolver-se sem bombas..."
Quem não quer?
Paciência amigos...
http://www.moptc.pt/tempfiles/20080110143959moptc.pdf
Abraço