Vende-se duna! Uma duna à venda?
Recentemente assisti a notícias sobre erosão e destruição de campos dunares na Costa da Caparica. Para mim, esta realidade não é nova, pois vivo bem perto do mar e desde pequeno assisto a este tipo fenómenos.
Devido a estes acontecimentos que ocorrem um pouco por todo o litoral português e não só, nesta época do ano com mais intensidade, decidi ir até terras de nuestros hermanos, onde percorri toda a faixa litoral que vai desde Matalascañas até Aymonte (Andaluzia) e observar, com os meu próprios olhos, como estavam as praias por aquelas bandas.
Não foi uma surpresa para mim, pois já conhecia parte do que vi, quando constatei que o lado espanhol é igual ao português. É como se fosse um prolongar do Algarve, interrompido apenas pelo Guadiana. Ah! A língua também se altera e a gasolina está mais barata, cerca de 0.9 euros/litro (enchi o depósito).
Como o assunto é erosão costeira, começo por relatar o que assisti na Playa de Matalascañas (perto do Parque Nacional de Doñana).
A certa altura da minha caminhada pela praia, encontro um belo campo dunar à venda. Uma duna à venda? Pelo que vi, só faltará esta para ser vendida. Parece-me estranho como esta duna conseguiu escapar às investidas dos construtores e imobiliários. Vejam como se fez a ocupação do território ao longo de toda a costa da Playa de Matalascañas. O sistema dunar natural foi progressivamente substituido pelo "sistema dunar das construções". Acho que foi a partir daqui que o dono do restaurante “Ambos Mundos” se inspirou para baptizar o seu negócio. As protecções transversais e longitudinais à costa existentes estão completamente destruídas e a vila está a ser ameaça pela respectiva dinâmica litoral, confrontando-se com o mesmo problema que o nosso: a erosão costeira e destruição dos campos dunares.
No entanto, nem tudo é mau por aquelas bandas, e dirigentes políticos da vila souberam reconhecer que algo devia ser feito e criaram o Parque Dunar de Matalascañas. Aqui se protege uma extensa área de dunas e respectivos ecossistemas litorais (como acontece em Esposende, mas de uma forma mais séria e pedagógica).
O insólito desta visita foi quando me encontrava a passear pela vila, deparo-me com uma casa que se chama "La Duna". Quis logo imortalizar o que os meus olhos observavam, e no momento em que eu apontava a objectiva da máquina, aparece uma senhora que diz:
- Que estas haciendo?
Devido a estes acontecimentos que ocorrem um pouco por todo o litoral português e não só, nesta época do ano com mais intensidade, decidi ir até terras de nuestros hermanos, onde percorri toda a faixa litoral que vai desde Matalascañas até Aymonte (Andaluzia) e observar, com os meu próprios olhos, como estavam as praias por aquelas bandas.
Não foi uma surpresa para mim, pois já conhecia parte do que vi, quando constatei que o lado espanhol é igual ao português. É como se fosse um prolongar do Algarve, interrompido apenas pelo Guadiana. Ah! A língua também se altera e a gasolina está mais barata, cerca de 0.9 euros/litro (enchi o depósito).
Como o assunto é erosão costeira, começo por relatar o que assisti na Playa de Matalascañas (perto do Parque Nacional de Doñana).
A certa altura da minha caminhada pela praia, encontro um belo campo dunar à venda. Uma duna à venda? Pelo que vi, só faltará esta para ser vendida. Parece-me estranho como esta duna conseguiu escapar às investidas dos construtores e imobiliários. Vejam como se fez a ocupação do território ao longo de toda a costa da Playa de Matalascañas. O sistema dunar natural foi progressivamente substituido pelo "sistema dunar das construções". Acho que foi a partir daqui que o dono do restaurante “Ambos Mundos” se inspirou para baptizar o seu negócio. As protecções transversais e longitudinais à costa existentes estão completamente destruídas e a vila está a ser ameaça pela respectiva dinâmica litoral, confrontando-se com o mesmo problema que o nosso: a erosão costeira e destruição dos campos dunares.
No entanto, nem tudo é mau por aquelas bandas, e dirigentes políticos da vila souberam reconhecer que algo devia ser feito e criaram o Parque Dunar de Matalascañas. Aqui se protege uma extensa área de dunas e respectivos ecossistemas litorais (como acontece em Esposende, mas de uma forma mais séria e pedagógica).
O insólito desta visita foi quando me encontrava a passear pela vila, deparo-me com uma casa que se chama "La Duna". Quis logo imortalizar o que os meus olhos observavam, e no momento em que eu apontava a objectiva da máquina, aparece uma senhora que diz:
- Que estas haciendo?
E começamos a dialogar:
- Estoy fotografiando el nombre de su casa.
- No es mi casa, pero... Por qué?
- Porque creo que es interesante que una casa se llame "La Duna" y no existe ninguna duna.
- Cómo que no? ¡La duna existe en toda casa!
- Cómo que en toda casa?
- La casa fué construída con arena de Duna.
- Ah! Bien. Vale.
- Estoy fotografiando el nombre de su casa.
- No es mi casa, pero... Por qué?
- Porque creo que es interesante que una casa se llame "La Duna" y no existe ninguna duna.
- Cómo que no? ¡La duna existe en toda casa!
- Cómo que en toda casa?
- La casa fué construída con arena de Duna.
- Ah! Bien. Vale.
(...)
Parece ironia, mas o pensamento desta senhora transmite toda a falta de respeito que nós temos pelo nosso litoral. Ninguém quer saber das dunas, e usam-nas para a construção, como locais de campismo, brincadeira, convívio e esconderijo, refúgios para fazer as necessidades e até para fazer amor (neste caso, menos mal).
Parece ironia, mas o pensamento desta senhora transmite toda a falta de respeito que nós temos pelo nosso litoral. Ninguém quer saber das dunas, e usam-nas para a construção, como locais de campismo, brincadeira, convívio e esconderijo, refúgios para fazer as necessidades e até para fazer amor (neste caso, menos mal).
Posto isto, outra observação: uma estrada transformada em mar com golfinhos. Um óptimo espaço de arte, ao mesmo tempo de lazer, onde Peões e ciclistas podem andar livremente sem pensar no automóvel. Muitas das nossas cidades deviam seguir este bom exemplo.
Prosseguindo viagem, rumo a Huelva, pela estrada paralela à costa que rompe parte do Parque Nacional de Doñana, encontro uma ciclovia até Mazagón. Em Mazagón assisti à construção de moradias/apartamentos turísticos em plena arriba. Estão a destruir uma arriba em estado de degradação. Solução encontrada foi a sua destruição, colocando betão em toda a sua extensão.
Poderia contar-vos outras mais situações mas o artigo tornava-se demasiado extenso. Assim, deixo-vos algumas fotos e de seguida, colocarei disponível noutro artigo, algumas definições sobre este tema.
Prosseguindo viagem, rumo a Huelva, pela estrada paralela à costa que rompe parte do Parque Nacional de Doñana, encontro uma ciclovia até Mazagón. Em Mazagón assisti à construção de moradias/apartamentos turísticos em plena arriba. Estão a destruir uma arriba em estado de degradação. Solução encontrada foi a sua destruição, colocando betão em toda a sua extensão.
Poderia contar-vos outras mais situações mas o artigo tornava-se demasiado extenso. Assim, deixo-vos algumas fotos e de seguida, colocarei disponível noutro artigo, algumas definições sobre este tema.
Abraço e até uma próxima “Escapadinha”.
Nunca se esqueçam de flanar, tal como o nosso amigo Vidal já teve a oportunidade de nos dizer: "vamos flanar".
Rogério
Rogério
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