ESPAÇOS PERDIDOS E ACHADOS: Regressar...
Quando chegarmos à conclusão do mal que andámos a fazer e descobrirmos o caminho que há para andar, vamos deparar-nos com problemas idênticos: formas de vida estabelecidas com o que há. Ora, os modos de vida que vigoram em grande parte do mundo, tornaram-se anacrónicos. Isto quer dizer que as nossas práticas estão desajustadas ao tempo ou ao lugar em que vivemos.
"I think when you come from a place where nature can kill, it makes you humble." Björk
Divórcio. Esta é a palavra que resume o comportamento do Homem parido da Revolução Industrial. Divórcio entre ele e o espaço em que vive. No fundo o Homem tem-se comportado como um extra-terrestre, julgando poder abandonar este planeta quando começar a ter muitos problemas a que não possa escapar.
Essa ideia de divórcio apenas tem sido possível pelo espaço que existe entre as causas e as consequências processadas pelo Homem e a Natureza no ciclo estímulo - resposta. Mas trata-se de uma pretensão arrogante. Pois tal como o particular não pode conter o universal, a criatura não pode aspirar a viver fora do seio do seu criador.
Os impactos que o Homem tem vindo a infligir ao meio-ambiente têm vindo a acumular-se, sem que este tenha vindo a poder libertar-se totalmente dessa tensão. Se os alimentos se encontram contaminados o Homem tem conseguido contornar o problema – importa-se-los doutro lado. Mas é precisamente por contornar os problemas sem os resolver que eles se acumulam e voltam a fazer-se sentir.
Ignoramos os limites da Natureza, eis porque não aprendemos ainda a respeitá-la. Exigimos demasiado dela e não compreendemos uma reacção negativa da sua parte.
Analfabetos somos ainda por não sabermos ler o seu grito. Eis porque este divórcio não está a ser pacífico.
Não é que não possa haver paz entre Homem e Natureza.
O que não pode é haver divórcio."
Essa ideia de divórcio apenas tem sido possível pelo espaço que existe entre as causas e as consequências processadas pelo Homem e a Natureza no ciclo estímulo - resposta. Mas trata-se de uma pretensão arrogante. Pois tal como o particular não pode conter o universal, a criatura não pode aspirar a viver fora do seio do seu criador.
Os impactos que o Homem tem vindo a infligir ao meio-ambiente têm vindo a acumular-se, sem que este tenha vindo a poder libertar-se totalmente dessa tensão. Se os alimentos se encontram contaminados o Homem tem conseguido contornar o problema – importa-se-los doutro lado. Mas é precisamente por contornar os problemas sem os resolver que eles se acumulam e voltam a fazer-se sentir.
Ignoramos os limites da Natureza, eis porque não aprendemos ainda a respeitá-la. Exigimos demasiado dela e não compreendemos uma reacção negativa da sua parte.
Analfabetos somos ainda por não sabermos ler o seu grito. Eis porque este divórcio não está a ser pacífico.
Não é que não possa haver paz entre Homem e Natureza.
O que não pode é haver divórcio."
de: FERREIRA, Eduardo (2005) "Tensão Ambiental na Bacia da Ribeira de Couros – Guimarães", Universidade do Minho, Guimarães.
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