Esforços conjuntos pela restauração e preservação do litoral galego

No dia 24 do mês passado, o governo da Xunta e o Ministério do Meio Ambiente espanhol assinaram um acordo que visa a protecção do litoral da Galiza.

O acordo contempla, por um lado, obras e actuações na zona de dominio público marítimo-terrestre (onde as
áreas protegidas assumem interesse especial) e, por outro, actuações nas faixas litorais urbanizadas ou afectadas pelo recuo da linha de costa, ou submetidas ao efeito de processos danosos.

Esperemos para ver se não passa de mais uma intenção. De qualquer forma, é um princípio. E achamos os outros sempre mais sérios que Portugal. Portugal parece não ser um país credível.
Lembram-se do caso dos sobreiros, da Companhia das Lezírias, dos campos de golfe do Alqueva, da desmatação do litoral alentejano, do litoral inteiro deste país...? Definitivamente, só à bomba. Quando as torres de Ofir caírem, eu quero estar presente. Vai ser um momento feliz para mais tarde recordar.

A protecção do ambiente não tem fronteiras. A sua destruição e suas consequências tão-pouco.

Comentários

Rogeriomad disse…
Ontem na TV anunciaram o avanço de mais dois projectos de interesse nacional (PIN)...

O Ministro da Economia congratulava-se com os projectos de Bom Sucesso (Óbidos) e Herdade do Pinheirinho (Grândola).

Não sei até que ponto estes projectos devem ser de interesse nacional (desconheço por completo âmbos projectos)... mas vi na mesma reportagem que a Quercus estava contra o projecto de Grândola porque iria destruir floresta do litoral alentejano... e a meu ver... com este projectos iniciam-se/avançam-se outros em "efeito de cascata"...
tal como aconteceu no Algarve.

Ao contrário do passado, onde não havia uma política de solos e de urbanização e onde estavámos desprovidos de qualquer tipo de legislação/planos de ordenamento do território, hoje já temos condições para não errar, não facilitar e não nos deixar corromper apenas porque há capital, porque haverá investimento numa região desertificada que criará postos de trabalho, ou porque o projecto ficará bonito, enquanto eles(dirigentes e não só) metem dinheiro ao bolso... e toca a "levantar" a Economia do país!

Já publiquei no GEORDEN um artigo sobre a "Máfia do Tijolo" em Marbella (Espanha) e constatei o que todos já pensavam quando projectos de muito má qualidade avançavam por toda a costa espanhola (a par das construções do litoral algarvio). Espero que no Algarve não tenha acontecido/aconteça o mesmo que na Espanha! Nem quero pensar que exista corrupção imobiliária no nosso país!

Muito sinceramente...
Porque conheço a região hoje e não quero ficar triste no futuro...
espero que não aconteça na costa vicentina e litoral alentejano o que aconteceu com o Algarve. O Estado terá de criar os mecanismos e instrumentos de planeamento suficientes para que isso não ocorra!

Por exemplo:
Vilamoura foi dos primeiros projectos turísticos avançar no país... o que aconteceu? Vejam o que aconteceu ao lado? a aldeia piscatória de Quarteira tornou-se cidade... e já ambiciona ser Concelho! Isto não seria mau de todo... se a aldeia tivesse um crescimento controlado e harmonioso com a costa litoral e ambiente natural... mas isto não aconteceu! Construiu-se em altura ao longo de toda a costa, destruindo todo o sistema dunar (reflexo também pela construção da marina de Vilamoura) e para o substituir construiu-se cerca de 13 quebra-mares, porque na década de 70 as marés-vivas galgaram toda a praia e inundaram todas a habitações na zona de frente marítima. Foi o que se fez para proteger a costa numa das praias mais lindas do Algarve. Hoje perdeu todo o encanto que tinha porque os governantes/dirigentes da época não souberam ter uma visão de futuro.
Seguiram o lema "Construir é progresso"...

Após este breve "conto de fadas" (para os construtores e especuladores imobiliários) apenas tenho a dizer que Quarteira está a tentar resolver os erros do passado. Os serviços básicos (saneamento, esgotos, etc.) já chegaram e já se estão a expandir para outras áreas da freguesia. Equipamentos de Educação e Saúde também já existem. A cidade que se criou em 1999 só agora se está afirmar como tal.

Espero que não queiram fazer do Presente algarvio o Futuro alentejano.

Saudações geográficas

Rogério Madeira
Edward Soja disse…
Subescrevo. (e andamos a fazer comentários uns aos outros).

Há por aí algumas notícias dessa questão no sul de Espanha. E vi há dias um especialista a dizer que isto tem raízes muito longínquas, multinacionais, completamente desterritorializadas e, como tal, difíceis de seguir e identificar. isto está relacionado com as máfias. A sério. Não estou a brincar. Tem a ver com a pirataria, com o tráfico ilegal e move muita massa. Os governos nacionais não estão interessados em combatê-lo. Davam o exemplo de camisolas falsificadas, a imitação do Harry Potter (de seu nome Barry Trotter) e o especialista, que apresentava o seu livro, cujo nome me já não lembro, dizia que a economia chinesa tem uma quota de 10% do seu PIB em imitação de produtos. Ora, que prova melhor de que os Estados não estão interessados em travar estas máfias. Em Espanha, há muito capital obscuro a circular. E isto mexe com tudo: brinquedos, roupa, livros, tecnologia, medicamentos, armas... e fazem lavagens de dinheiro e investimentos imobiliários, seja onde for.
Ponham-se a pau. Denunciem a pirataria, que são redes bem organizadas e poderosas que estão por trás. E se nos lembrarmos das armas (já não digo de destruição massiva, porque armas são armas. Já agora, a nação que mais armas vendeu no ano presente foi a estadunidense. Mas de longe para a segunda, a França. Segundo um artigo da Visão) e dos medicamentos, estejam alarmados. O caso não é para brincadeira.

Saudações geográficas contra os anageografismos.

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