É o prato do dia: polvo à portuguesa

Os sacrifícios impostos nos últimos meses tinham um nome: défice [orçamental]. Um valor acordado com a troika: 4,5%. Um calendário: final de 2012. O objectivo, obviamente, falhou, como falharam todas as políticas, sendo necessário recorrer a artifícios mais ou menos notórios, que culminaram obviamente em mais austeridade - para alguns, bem entendido. A TSU é apenas mais um desses ardis, tipo deixa ver se passa. Uma infâmia.


Aqui chegados, não se acredita: As Parcerias Público-Privadas (PPP), por exemplo, absolutamente desastrosas para o estado continuam praticamente intocáveis. Hoje, o ex-ministro das Obras Públicas Cravinho enquanto afirmava, por um lado, que a redução da contribuição dos empregadores para a Segurança Social "é um erro colossal" e "uma espécie de 'Robin' dos Bosques ao contrário"; por outro, admitia (ao menos este admite!) numa comissão parlamentar que houve um "erro" na previsão da procura do comboio da Ponte 25 de Abril, no contrato de concessão com a Fertagus, admitindo que podia ter sido evitado. E não foi porquê? Simplesmente porque se achava que ia haver uma transferência maciça do modo rodoviário para o ferroviário. E pronto, fica assim. Quem ganhou com isso?


Para tentar perceber o polvo de caldeirada, deixo aqui uma intervenção de Paulo Morais, ontem, sobre corrupção: PPPs, urbanismo, BPN, etc. Muito esclarecedora. Facilmente encontram todo o programa no you tube (pena que é com o Medina Carreira a tiracolo).



Nota 1: O estudo sobre o emprego e a TSU, do qual falamos ontem, pode ser consultado na sua totalidade em:

http://www3.eeg.uminho.pt/economia/nipe/docs/Policy%20Papers/2012/NIPE_PP_01_2012.pdf

(publicado aqui)


Nota 2: Entretanto, a Benetton lançou uma campanha para encontrar o desempregado do ano. Não acreditam? Sacado daqui.


Comentários

Gerónimo Cão disse…
obrigado pela ligação.

E pela divulgação...continuem o trabalho.
Vidal disse…
meu caro,

é com gosto que o fazemos..

Volte sempre!
um abraço

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