A própria fuga é uma prisão
"Mais nenhuma outra indústria conseguiu a proeza de tornar o seu objecto de oferta
o inverso do objectivo daquele que o procura: o turismo é o reflexo fiel da
sociedade de que o turista pretende evadir-se.
Para ordenar e lucrar com esse ímpeto de evasão, o turismo definiu-se como um
produto empacotado de coisas e experiências a ver, que à semelhança da
diversidade da realidade internáutica, não pára de aumentar. E desde a invenção
do guia turístico a oferta do lazer e das férias tornou-se cada vez mais
condicionada à produção em série e à lógica das massas (o que a sopinha de
massas humanas das nossas praias bem o testemunha). Foi essa “turistificação” do
território que remeteu, face às potencialidades ambientais únicas de Portugal,
este país à condição de empregados de mesa ou à tendência geriátrica e
acolhedora dos reformados da Europa do norte."
Ler artigo completo sobre o horror turístico, por Filipe Nunes
Enquanto se tratar de consumo recorrendo à forma cambial do dinheiro, do dinheiro que nada ensina, nem cria, estaremos tomados pelo negócio. Estaremos à deriva. Dano colateral do consumo sob dominação capitalista.
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