Imprensa do dia (11): filetes de plástico

A ameaça de plástico saltou fronteiras e já está no Atlântico:

Não será preciso esperar para assistir às consequências da existência destas partículas de plástico – a maioria com menos de três milímetros. “Isto está a matar o oceano, haverá colapsos de espécies inteiras, centenas de milhares de mamíferos a morrer todos os anos”, garante Moore, que tem testemunhado de perto esta realidade. “Não podemos fazer isto ano após ano e esperar que essas espécies sobrevivam”, sublinha.

in Jornal I online


Todo o artigo é merecedor de registo. Mas o problema não é exclusivamente do(s) oceano(s). Apenas não fazíamos a mínima ideia que a coisa estava assim e, muito provavelmente, nada disto terá mais repercussão que duas ou três conversas de café, voltando ao nicho académico e aos rodapés das coisas interessantes. O problema real é que tanto a terra como a água, em geral, estão contaminadas por este derivado de petróleo, entre outros. É um facto.


Charles J. Moore reconhece no paradigma económico parte do problema, obrigando-nos a agir, segundo o próprio, de “forma suicida”. Obrigando? O paradigma económico não obriga a nada, é o homem (alguns homens/mulheres!) quem concebe e quem gere o tal paradigma económico. E nem sempre o faz, como sugere Moore, “apenas para promover crescimento económico”, e se o faz é para proveito de alguns, em determinadas regiões. Esta falácia de que a ruína física do planeta é o resultado (inevitável!) da (suposta) busca do desenvolvimento, ou melhor, do famigerado crescimento económico, já não faz qualquer sentido. Ou não deveria. Entretanto, deleitem-se com os “trinta quilos de plástico no estômago de um camelo na África do Sul” ou com as “baleias e golfinhos cujo plano alimentar já integra este derivado do petróleo”.

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