Enterrar o aterro

A intenção de deixar estar e,

"Já agora aproveitamos e transferimos mais umas massas dos contribuintes a uns determinados privados, que é para isso que cá estamos, que é quem representamos, que é para isso que cá viemos e temos ficado."

PIOR,
usar o aterro de materiais acumulados pelas cheias de há um ano para fazer uma tal obra supostamente bonita e bem-intencionada (ler penúltimo artigo do Georden, aqui), juntou ontem, domingo, 20 de Fevereiro, cerca de 2000 cidadãos que se expressaram formando um cordão humano.

Unidos contra mais um retrocesso em matéria ambiental.
Nenhum destes retrocessos é um retrocesso qualquer.
É um retrocesso mais no desrespeito pelo que deve voltar a ser e temos contínua e estupidamente impedido.

A intenção de fazê-la bonita nada tem que ver com desrespeito pelas pessoas que perderam a vida na enxurrada.
Mas tem que ver com desrespeito pelas vítimas futuras, porque aterrar uma praia não vai no sentido de evitar mais (é mais uma forma de interferir no processo natural).

Tem que ver com desrespeito pelos cidadãos que querem a praia como estava.

E tem que ver com - menos relevante - com o facto de esta intenção e esse projecto ser pago com o dinheiro da Lei de Meios [verba que o Governo português deu à Madeira para ajudar as vítimas da catástrofe e reconstruir as zonas afectadas], segundo o geógrafo Raimundo Quintal, um dos mobilizadores desta iniciativa cívica.
(excerto da notícia da VisãoOnline)

Ler mais na notícia do Público.

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