O Sétimo Selo - Gaia
As personagens do diálogo seguinte encontram-se no lago Baikal, na Sibéria. Estamos no capítulo XVIII, quando o livro revela toda a gravidade e importância para poder figurar num blogue sobre a sustentabilidade. O texto, cortado e adaptado, é longo. Mas isso foi porque o que se diz não pode mais ser calado.
Isto é uma espécie de novelo de impactos ambientais que partem da hipótese de Gaia. No fim do novelo, com toda a interdependência dos factores, estão consequências gravíssimas.
(Para quem nunca ouviu falar, o lago Baikal "é o maior lago de água doce da Ásia, o maior em volume de água do mundo, o mais antigo (25 milhões de anos) e o mais profundo da terra." (bastou ir à Wikipédia...)
"A Terra tem a capacidade de se auto-regular. Mas, também como qualquer ser vivo, isso só acontece dentro de determinados parâmetros de temperatura. (...) No caso aqui da água, descobriu-se que a temperatura crítica são os dez graus. Quando a temperatura sobe acima dos dez graus, a água tende a ficar livre de nutrientes, o que prejudica a vida. Daí que as águas tropicais sejam transparentes e límpidas: não têm nutrientes, à excepção de uma limitada quantidade de algas. Essas águas estão para o mar como o deserto para a terra. Pela inversa, as florestas do mar são as águas do Árctico e do Antárctico, uma vez que esses oceanos polares estão abaixo dos dez graus e, por isso, podem encontrar-se nutrientes por toda a parte. (...)"
Só lá no fundo, onde a temperatura está abaixo dos dez graus, é que a vida encontra nutrientes. Isto significa que a maior parte dos oceanos são desertos. (...) As águas acima dos dez graus na camada superior cobrem 80% da superfície da água do mundo."
Portanto, se a temperatura global subir, o deserto expande-se.
Cá fora, a temperatura crítica são os 20 graus. Com temperaturas abaixo dos 20º, como no Inverno, a água da chuva mantém-se muito tempo na terra e facilita a vida. Mas no Verão, essa água evapora-se rapidamente e os solos secam. Quando a temperatura média supera os 25 graus, a evaporação torna-se demasiado rápida e, a não ser que a chuva seja quase contínua, a terra transforma-se em deserto.
As florestas equatoriais, como a Amazónia ou a grande floresta do Congo, constituem justamente uma nova resposta de auto-regulação da Terra. Como a evaporação com altas temperaturas é muito rápida, a Terra criou ali um ecossistema que consegue aguentar as nuvens sobre a floresta, obtendo assim chuva quase contínua.
Mas este sistema só é viável dentro de determinados limites térmicos.
Uma subida de 4 graus da temperatura média acelera ainda mais a evaporação e destrói este equilíbrio, transformando a floresta equatorial num deserto.
Sabes o que separa uma floresta equatorial de um deserto? Uns meros quatro graus célsius. O que significa que esses quatro graus cruzam algures um valor crítico. Daí que o aumento da temperatura global seja um problema muito grande se ultrapassar determinado limite térmico.
E o pior é que há indicações de que esse processo já foi desencadeado"...
Isto é uma espécie de novelo de impactos ambientais que partem da hipótese de Gaia. No fim do novelo, com toda a interdependência dos factores, estão consequências gravíssimas.
(Para quem nunca ouviu falar, o lago Baikal "é o maior lago de água doce da Ásia, o maior em volume de água do mundo, o mais antigo (25 milhões de anos) e o mais profundo da terra." (bastou ir à Wikipédia...)
"A Terra tem a capacidade de se auto-regular. Mas, também como qualquer ser vivo, isso só acontece dentro de determinados parâmetros de temperatura. (...) No caso aqui da água, descobriu-se que a temperatura crítica são os dez graus. Quando a temperatura sobe acima dos dez graus, a água tende a ficar livre de nutrientes, o que prejudica a vida. Daí que as águas tropicais sejam transparentes e límpidas: não têm nutrientes, à excepção de uma limitada quantidade de algas. Essas águas estão para o mar como o deserto para a terra. Pela inversa, as florestas do mar são as águas do Árctico e do Antárctico, uma vez que esses oceanos polares estão abaixo dos dez graus e, por isso, podem encontrar-se nutrientes por toda a parte. (...)"
Só lá no fundo, onde a temperatura está abaixo dos dez graus, é que a vida encontra nutrientes. Isto significa que a maior parte dos oceanos são desertos. (...) As águas acima dos dez graus na camada superior cobrem 80% da superfície da água do mundo."
Portanto, se a temperatura global subir, o deserto expande-se.
Cá fora, a temperatura crítica são os 20 graus. Com temperaturas abaixo dos 20º, como no Inverno, a água da chuva mantém-se muito tempo na terra e facilita a vida. Mas no Verão, essa água evapora-se rapidamente e os solos secam. Quando a temperatura média supera os 25 graus, a evaporação torna-se demasiado rápida e, a não ser que a chuva seja quase contínua, a terra transforma-se em deserto.
As florestas equatoriais, como a Amazónia ou a grande floresta do Congo, constituem justamente uma nova resposta de auto-regulação da Terra. Como a evaporação com altas temperaturas é muito rápida, a Terra criou ali um ecossistema que consegue aguentar as nuvens sobre a floresta, obtendo assim chuva quase contínua.
Mas este sistema só é viável dentro de determinados limites térmicos.
Uma subida de 4 graus da temperatura média acelera ainda mais a evaporação e destrói este equilíbrio, transformando a floresta equatorial num deserto.
Sabes o que separa uma floresta equatorial de um deserto? Uns meros quatro graus célsius. O que significa que esses quatro graus cruzam algures um valor crítico. Daí que o aumento da temperatura global seja um problema muito grande se ultrapassar determinado limite térmico.
E o pior é que há indicações de que esse processo já foi desencadeado"...
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