O Sétimo Selo - Efeito Budyko
Recapitulando: estamos na Sibéria e é nesta passagem que repescamos o conceito de albedo, que já tínhamos explicado aqui. Por acaso (ou estará cada vez mais presente?), este processo foi aflorado de forma leve e nada alarmante num documentário sobre o clima que a RTP2 exibiu ao começo da tarde de ontem, domingo.
"Nunca ouviste falar no efeito Budyko?
Mikhail Budyko descobriu que a neve reflecte para o espaço a maior parte do calor do sol que sobre ela incide, o que ajuda a manter o clima frio." Mas como a temperatura tem vindo a subir, essa "neve tem vindo a derreter, deixando emergir o solo que havia por baixo. Ora esse solo, como é escuro, absorve o calor, o que provoca mais calor, o qual provoca mais derretimento de neve, o que faz emergir mais solo escuro, que provoca ainda mais calor, numa espiral sem fim. É isso o efeito Budyko."
Para quem quiser mais previsões feitas por Mikhail Budyko pode consultar aqui, (em Inglês).
"O grave é que a temperatura cruzou um tal limite que este tipo de processo foi desencadeado em todo o planeta, incluindo o mar. Só em 2005 desapareceu 14% do gelo permanente do Árctico.
(...)
Como a água ficou mais quente, começou a derreter mais gelo, o que é um problema, porque o gelo reflecte mais de 80% do calor do sol. Já o oceano, pelo contrário, absorve mais de 90% desse calor, uma vez que é escuro.
(...)
Como o gelo está a derreter, há mais oceano a receber calor, o que torna a água mais quente e faz derreter ainda mais gelo, o que diminui mais a superfície reflectora e alarga de novo a superfície absorvente de calor, num ciclo vicioso que intensifica o efeito de estufa.
(...)
Como o oceano está mais quente, a água fica mais pobre em nutrientes e algas. Ora são as algas que atiram o dióxido de carbono para o fundo do mar. Como há menos algas, o dióxido de carbono fica à superfície." E por aí fora...
E perguntamo-nos, nós, que estamos a ler isto, com preocupação:
"Mas isso está mesmo a acontecer?
Pois está. Olha para as florestas equatoriais. (...) sem a sombra das árvores o solo aquece mais e, consequentemente, faz aquecer mais o planeta, o que provoca uma maior diminuição das florestas e retira sombra a mais solos, que assim aquecem mais e provocam maior diminuição florestal, num novo ciclo vicioso.
(...)
A Amazónia viveu em 2005 uma seca nunca vista. Secaram vários afluentes do rio Amazonas e a água potável teve de ser enviada por helicópteros para aldeias da grande floresta supostamente húmida. E sabes por que razão se utilizaram helicópteros? Porque a água dos rios estava demasiado baixa para a navegação!
A seca de 2005 pode ter sido o primeiro sinal do iminente e catastrófico colapso da Amazónia, que é inevitável se as temperaturas subirem três a quatro graus Celsius. Nessa situação, a floresta transformar-se-á num deserto."
(E convém relembrar que são as árvores que absorvem o dióxido de carbono...)
"A Terra é um ser vivo com capacidade de auto-regulação, o que significa que sempre conseguiu manter-se próxima da temperatura e da composição química mais adequadas à vida. Fez isso durante 3 mil milhões de anos."
Para acabar com uma imagem ilustrativa, uma passagem sobre os glaciares:
"Os glaciares dos Alpes já perderam 50% do seu gelo e os dos Andes triplicaram a velocidade de recuo, diminuindo um quarto da sua superfície em apenas três décadas".
"Nunca ouviste falar no efeito Budyko?
Mikhail Budyko descobriu que a neve reflecte para o espaço a maior parte do calor do sol que sobre ela incide, o que ajuda a manter o clima frio." Mas como a temperatura tem vindo a subir, essa "neve tem vindo a derreter, deixando emergir o solo que havia por baixo. Ora esse solo, como é escuro, absorve o calor, o que provoca mais calor, o qual provoca mais derretimento de neve, o que faz emergir mais solo escuro, que provoca ainda mais calor, numa espiral sem fim. É isso o efeito Budyko."
Para quem quiser mais previsões feitas por Mikhail Budyko pode consultar aqui, (em Inglês).
"O grave é que a temperatura cruzou um tal limite que este tipo de processo foi desencadeado em todo o planeta, incluindo o mar. Só em 2005 desapareceu 14% do gelo permanente do Árctico.
(...)
Como a água ficou mais quente, começou a derreter mais gelo, o que é um problema, porque o gelo reflecte mais de 80% do calor do sol. Já o oceano, pelo contrário, absorve mais de 90% desse calor, uma vez que é escuro.
(...)
Como o gelo está a derreter, há mais oceano a receber calor, o que torna a água mais quente e faz derreter ainda mais gelo, o que diminui mais a superfície reflectora e alarga de novo a superfície absorvente de calor, num ciclo vicioso que intensifica o efeito de estufa.
(...)
Como o oceano está mais quente, a água fica mais pobre em nutrientes e algas. Ora são as algas que atiram o dióxido de carbono para o fundo do mar. Como há menos algas, o dióxido de carbono fica à superfície." E por aí fora...
E perguntamo-nos, nós, que estamos a ler isto, com preocupação:
"Mas isso está mesmo a acontecer?
Pois está. Olha para as florestas equatoriais. (...) sem a sombra das árvores o solo aquece mais e, consequentemente, faz aquecer mais o planeta, o que provoca uma maior diminuição das florestas e retira sombra a mais solos, que assim aquecem mais e provocam maior diminuição florestal, num novo ciclo vicioso.
(...)
A Amazónia viveu em 2005 uma seca nunca vista. Secaram vários afluentes do rio Amazonas e a água potável teve de ser enviada por helicópteros para aldeias da grande floresta supostamente húmida. E sabes por que razão se utilizaram helicópteros? Porque a água dos rios estava demasiado baixa para a navegação!
A seca de 2005 pode ter sido o primeiro sinal do iminente e catastrófico colapso da Amazónia, que é inevitável se as temperaturas subirem três a quatro graus Celsius. Nessa situação, a floresta transformar-se-á num deserto."
(E convém relembrar que são as árvores que absorvem o dióxido de carbono...)
"A Terra é um ser vivo com capacidade de auto-regulação, o que significa que sempre conseguiu manter-se próxima da temperatura e da composição química mais adequadas à vida. Fez isso durante 3 mil milhões de anos."
Para acabar com uma imagem ilustrativa, uma passagem sobre os glaciares:
"Os glaciares dos Alpes já perderam 50% do seu gelo e os dos Andes triplicaram a velocidade de recuo, diminuindo um quarto da sua superfície em apenas três décadas".
A imagem, retirada de uma página do UNEP (Programa das Nações Unidas para o Ambiente, no acrónimo Inglês), mostra-nos as datas das frentes de um glaciar na Gronelândia. Em baixo, a tabela evidencia que a velocidade do seu gelo tem vindo a aumentar com os anos. E por tudo o que ficou dito e redito, não é grande empreitada perceber porquê...
Há mais para saber - e preocupar-nos - em próximos estratos de O Sétimo Selo.
Há mais para saber - e preocupar-nos - em próximos estratos de O Sétimo Selo.
Comentários
Se sim, esta expressão deixará, no futuro, de fazer sentido... :P
Quem diz que não se aprende com os livros?