Dos últimos dias..

No âmbito de, um suposto, mês das cidades, o Expresso publicou na sua última edição algumas curiosidades, designadamente na política de solos urbana (entre outros), dando voz, a alguns geógrafos. Em outro sentido, a despeito de qualquer estratégia equilibrada e sustentável, as cidades, continuam o seu crescimento rumo à esquizofrénica cidade global: a anti-cidade. O jornal, tendo como fonte a Ecoline- Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, refere que em 2005, 48,7% da população vivia já em áreas urbanas. A ONU estima que em 2010, esse número ultrapasse, pela primeira vez na história da humanidade, os 50%. 33 milhões, por exemplo, (sobre)vivem na aérea metropolitana de Tóquio e mais de 20 milhões em São Paulo, Brasil. Até quando? Não são apenas as questões de sustentabilidade ambiental e qualidade de vida (variando esta entre países mais ou menos ricos), mas também questões logísticas de (gigantescas) infra-estruturas (água, electricidade, saneamento, rede de fibra óptica, metro, etc..etc..) e, respectivos impactes sociais. Os relativamente constantes “apagões” em Londres e Nova Iorque, a ameaça terrorista, a dependência total das pessoas das estruturas que as rodeiam, os desastres naturais, revelam-se uma incógnita (in)controlável (?) . Tudo isto é de um gigantismo incomensurável.

No fim-de-semana, a geopolítica interna, na sua caminhada inexorável, rumo à Coreia do Norte, revelou, mais uma vez, a sua face brejeira e autoritária. Desta feita, foi o Ministro Campos da “nossa” famigerada saúde, a presentear a directora de um centro de saúde (Vieira do Minho), com a exoneração, por esta, alegadamente, não ter retirado um cartaz (anónimo) onde se liam “jocosamente”(?) alguns comentários, saídos de falsete, do próprio Ministro. As críticas, desta vez, vieram (ténues) até do próprio partido (Alegre e Soares).

Hoje mesmo, um outro, Sr. Ministro da Agricultura e Pescas (isso ainda existe?), interrogado na Lota de Matosinhos por pescadores, afirmou, (legitimamente) que quem (pescadores) não estivesse bem, que saísse da UE. Como Sr. ministro? -Vão à fava- deve ter pensado.

Entretanto, começou lampeira e explosiva, a nossa presidência, grandiosa presidência, da UE. Já ninguém fala da constituição que, afinal, se pariu tratado. Ninguém questiona ou discute os novos poderes desta. Ninguém estica o assunto para referendo. Depois queixem-se ao Sr. Abade. Eu, sair daqui, não saio!

Comentários

Anónimo disse…
Ainda se chamam cidades? Ainda existem?

Quanto à política e constituição Europeia estamos conversados. a primeira esconde. A segunda ninguém quer saber
Edward Soja disse…
Ainda se chamam cidades?

"Diz que sim".
Costuma-se ouvir dizer:
- Olha, vou à cidade.

Logo acho que se chamam assim, ainda.

Agora, o que é uma cidade?
Para que serve? Que fazem os bichinhos que habitam nela? Para?
Por? Porque?

Quanto à política, enquanto não virmos - sem nos quererem impingir - que ela nos protege, não adianta dizermos que vale a pena perder tempo com ela...
Anónimo disse…
Não deixa de ser curioso, passarmos, mais uma vez ao lado da Europa..deve ser por estarmos no canto...
Rogeriomad disse…
Nós sabemos o que são cidades?
As cidades de hoje não serão as cidades de amanhã, tal como não são as de ontem...

Tal como o Homem... evoluí (ou não)...

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