"Um dia, vão dar-me razão."
Costumo dizer que uma das melhores provas de que se está vivo é a capacidade para aprender. E, claro, de agir em conformidade. O que também passa pela liberdade.
Parece-me que na história recente da humanidade tem ocorrido, ciclicamente, um facto. Talvez soe a novo e espantoso. E mais espantoso por soar a novo:
Os loucos, os visionários (e não me refiro a megalómanos, porque para esses já não há paciência), foram aqueles que tiveram ideias fantásticas, às vezes simples, que, na altura, lhes valeram aquele depreciativo e "herege" estatuto.
Resultado: as suas ideias foram "excumungadas" e os seus autores condenados (à lei da morte ou do esquecimento), retirando-lhes qualquer propensão a um debate analítico sobre o que propuseram.
Isto, no seu tempo. Porque passados uns anos valentes, alguém tem semelhante ideia e até fica contente por descobrir, lá nas catacumbas empoeiradas do conhecimento registado, que "diz que" ou "parece que" outro alguém já tinha pensado nisso.
No meio disto tudo, pergunto-me:
Onde está a nossa capacidade de aprender?
Não é já longo o caminho para termos memória destes ciclos de esquecimento e redescoberta?
O desenvolvimento sustentável tem de passar - necessariamente - por uma proximidade com a Terra. Relação que quebrámos, mas que agora, com o rabo entre as pernas, vamos - muito discretamente - tentando reatar. (Convém não dar um ar muito quixotesco, que, tal como no passado, pode ser mau...)
Estaremos cada vez menos vivos?
Comentários
Foi meu professor e pra mim ele representa esse visionário que sempre teve razão. Pena que esta sociedade esteja tão atrasada em relação a ele.
Obrigada pela partilha da reportagem. Adorei matar saudades do prof.
Abraço