Por aí não vais
Foto: Kyodo News, em Visão de 19-07-2007, p. 32
Segunda-feira passada, dia 16 de Julho, ficou (também) marcada por um sismo que chegou a atingir os 6,8 na escala de Richter. Ocorreu no noroeste do Japão, região fértil neste tipo de eventos naturais.
Agora que já esquecemos a "notícia" (nem era preciso passar tanto tempo...), convém lembrar que o mesmo provocou uma fuga de águas radioactivas do reactor central de Kashiwazaki Kariwa, que é só a maior central nuclear do mundo.
O Homem cresceu demasiado, tornou-se maior que si próprio e parece não ter controlo sobre si mesmo. E o tipo de desenvolvimento que temos é apenas um reflexo e uma forma de fazer face a esse crescimento. Visando mantê-lo. Mas... a que preço?
Temos vivido com sobressaltos desde a Revolução Industrial. Mas sempre soubemos dar a volta, saltar por cima, e, rindo por último, dizendo:
- A evolução tecnológica não é para deitar fora.
Agora que já esquecemos a "notícia" (nem era preciso passar tanto tempo...), convém lembrar que o mesmo provocou uma fuga de águas radioactivas do reactor central de Kashiwazaki Kariwa, que é só a maior central nuclear do mundo.
O Homem cresceu demasiado, tornou-se maior que si próprio e parece não ter controlo sobre si mesmo. E o tipo de desenvolvimento que temos é apenas um reflexo e uma forma de fazer face a esse crescimento. Visando mantê-lo. Mas... a que preço?
Temos vivido com sobressaltos desde a Revolução Industrial. Mas sempre soubemos dar a volta, saltar por cima, e, rindo por último, dizendo:
- A evolução tecnológica não é para deitar fora.
Claro que não.
As necessidades de recursos, entre os quais a energia, cujo consumo se prevê que continue a aumentar (acompanhando o crescimento demográfico), levam-nos a descobrir cada vez mais formas de as satisfazermos, numa espiral que terá de ser invertida. Necessariamente. Porque o que temos vindo a fazer tem sido consumir produtos não renováveis à escala humana.
Falando também sobre a energia, exige-se uma descida do seu consumo, uma diversificação das suas fontes, e um crescimento das energias limpas.
No fim de contas, é tudo uma questão de tempo.
Só para relativizar um bocadinho, apetece-me dizer que o tempo de residência da água (*) é:
- de algumas horas, nas células vivas;
- de cerca de 16 dias, nos rios;
- de 8 dias, no ar;
- de 1 ano, no solo;
- de 17 anos, nos lagos de água doce;
- de 1400 anos, nos mares interiores;
- de 1600 a 9700 anos, nos glaciares;
e
- de cerca de 2500, nos oceanos.
O que querem dizer estes números e o que quero eu dizer com tudo isto?
Em primeiro lugar, aqueles números querem dizer que a água, como elemento móvel, tem o seu ritmo. Em segundo, essas águas radioactivas hão-de chegar a todo o lado. E sendo o decaimento radioactivo coisa para durar milhares de anos, então é tudo uma questão de tempo.
Queremos ir pelo nuclear?
É uma energia limpa?
ah-ah ah ah ah ah
(Sabeis o que aconteceu à saúde dos seres vivos, incluindo a nossa espécie - não nos excluamos disto! -, na zona em redor de Chernóbil? Efeitos semelhantes aos que ocorrem em áreas de "treino de guerra" por parte dos Estados Unidos da Amnésia... Infelizmente, a lista será sempre demasiado extensa). (E apenas falando do nuclear, que de chapapotes é bastante mais gordinha)
Gaia está a libertar-se das tensões que lhe temos vindo a infligir sobretudo desde a Revolução Industrial. Não em forma de sismos, claro está.
Está a dizer-nos muita coisa, mas nós temos ido à escola. E ainda não dominamos a sua linguagem. Está a dizer-nos por onde é o caminho. Por exclusão de partes.
- Não sei se vais longe, ou para onde vais, mas sei que não vais por aí.
(*) - Extraído de World Ressources 1990-1991, citado em MARSILY, Ghislain de (1994), "A Água", Ed. Piaget, p. 17
As necessidades de recursos, entre os quais a energia, cujo consumo se prevê que continue a aumentar (acompanhando o crescimento demográfico), levam-nos a descobrir cada vez mais formas de as satisfazermos, numa espiral que terá de ser invertida. Necessariamente. Porque o que temos vindo a fazer tem sido consumir produtos não renováveis à escala humana.
Falando também sobre a energia, exige-se uma descida do seu consumo, uma diversificação das suas fontes, e um crescimento das energias limpas.
No fim de contas, é tudo uma questão de tempo.
Só para relativizar um bocadinho, apetece-me dizer que o tempo de residência da água (*) é:
- de algumas horas, nas células vivas;
- de cerca de 16 dias, nos rios;
- de 8 dias, no ar;
- de 1 ano, no solo;
- de 17 anos, nos lagos de água doce;
- de 1400 anos, nos mares interiores;
- de 1600 a 9700 anos, nos glaciares;
e
- de cerca de 2500, nos oceanos.
O que querem dizer estes números e o que quero eu dizer com tudo isto?
Em primeiro lugar, aqueles números querem dizer que a água, como elemento móvel, tem o seu ritmo. Em segundo, essas águas radioactivas hão-de chegar a todo o lado. E sendo o decaimento radioactivo coisa para durar milhares de anos, então é tudo uma questão de tempo.
Queremos ir pelo nuclear?
É uma energia limpa?
ah-ah ah ah ah ah
(Sabeis o que aconteceu à saúde dos seres vivos, incluindo a nossa espécie - não nos excluamos disto! -, na zona em redor de Chernóbil? Efeitos semelhantes aos que ocorrem em áreas de "treino de guerra" por parte dos Estados Unidos da Amnésia... Infelizmente, a lista será sempre demasiado extensa). (E apenas falando do nuclear, que de chapapotes é bastante mais gordinha)
Gaia está a libertar-se das tensões que lhe temos vindo a infligir sobretudo desde a Revolução Industrial. Não em forma de sismos, claro está.
Está a dizer-nos muita coisa, mas nós temos ido à escola. E ainda não dominamos a sua linguagem. Está a dizer-nos por onde é o caminho. Por exclusão de partes.
- Não sei se vais longe, ou para onde vais, mas sei que não vais por aí.
(*) - Extraído de World Ressources 1990-1991, citado em MARSILY, Ghislain de (1994), "A Água", Ed. Piaget, p. 17
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