Por falar em oceanos II
Sobre a proposta de alargamento da soberania náutica de Portugal.
A cartografia ia, ou ainda vai ser, apresentada por um destes dias.
Apesar de ter sido notícia ontem e hoje, são muito escassas, ou difíceis de achar, as referências ao assunto. Temos por exemplo esta, do ano passado.
Bem, a relevância a estas coisas nos média é sempre enorme, como a notícia, já aqui trazida, sobre o perdão das multas aos poluidores: é uma caixinha com meia-dúzia de palavras na imprensa, ou um rodapé no telejornal... e é mais que suficiente!
...
Adiante.
Acabo de ouvir na Sic Notícias o Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, João António da Costa Mira Gomes, dizer que a área que supostamente "nos cabe" equivale a 40 vezes a do território nacional.
40 vezes!!
Entre outras coisas que disse (reclamando a "nossa autoridade no cumprimento dos prazos para apresentar esta proposta nas Nações Unidas - a Austrália, para uma área idêntica, precisou de dez anos" (!!); e que muitos medicamentos provêm de animais e plantas do fundo do mar), e a que não damos interesse nenhum, porque devemos ter já a cabeça nos petróleos e nas massas que então imediatamente passarão a estar em nossa posse, os velhinhos do Restelo, tão sossegadinhos, logo sobem ao palco.
Eis o tom do que parecem estar a papaguear:
"Boa! Assim Portugal vai ter mais espécies em extinção que era sua responsabilidade ter protegido."
ou
"Porreiro, pá! Da maneira como temos gerido os recursos naturais, Portugal poderá almejar chegar aos calcanhares de um Brasil ou um qualquer país com floresta tropical."
--------
Achamos óptimo retomar a questão da importância dos oceanos e também que essa gigantesca área de todos e de ninguém seja administrada. No entanto, devemos encará-los como recurso comum, sem fronteiras, cuja boa ou má gestão implica com todos os seres do planeta. E porque a Natureza, parafraseando o poeta, "quis que o mar unisse, já não separasse", assim deve ser gerido. Desta forma, e não devendo ser doutra, é pertinente a reflexão:
Será que Portugal pode fazer melhor que a Autoridade Internacional dos Fundos Marítimos?
Também relacionado, propomos a (re)leitura deste artigo.
A cartografia ia, ou ainda vai ser, apresentada por um destes dias.
Apesar de ter sido notícia ontem e hoje, são muito escassas, ou difíceis de achar, as referências ao assunto. Temos por exemplo esta, do ano passado.
Bem, a relevância a estas coisas nos média é sempre enorme, como a notícia, já aqui trazida, sobre o perdão das multas aos poluidores: é uma caixinha com meia-dúzia de palavras na imprensa, ou um rodapé no telejornal... e é mais que suficiente!
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Adiante.
Acabo de ouvir na Sic Notícias o Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, João António da Costa Mira Gomes, dizer que a área que supostamente "nos cabe" equivale a 40 vezes a do território nacional.
40 vezes!!
Entre outras coisas que disse (reclamando a "nossa autoridade no cumprimento dos prazos para apresentar esta proposta nas Nações Unidas - a Austrália, para uma área idêntica, precisou de dez anos" (!!); e que muitos medicamentos provêm de animais e plantas do fundo do mar), e a que não damos interesse nenhum, porque devemos ter já a cabeça nos petróleos e nas massas que então imediatamente passarão a estar em nossa posse, os velhinhos do Restelo, tão sossegadinhos, logo sobem ao palco.
Eis o tom do que parecem estar a papaguear:
"Boa! Assim Portugal vai ter mais espécies em extinção que era sua responsabilidade ter protegido."
ou
"Porreiro, pá! Da maneira como temos gerido os recursos naturais, Portugal poderá almejar chegar aos calcanhares de um Brasil ou um qualquer país com floresta tropical."
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Achamos óptimo retomar a questão da importância dos oceanos e também que essa gigantesca área de todos e de ninguém seja administrada. No entanto, devemos encará-los como recurso comum, sem fronteiras, cuja boa ou má gestão implica com todos os seres do planeta. E porque a Natureza, parafraseando o poeta, "quis que o mar unisse, já não separasse", assim deve ser gerido. Desta forma, e não devendo ser doutra, é pertinente a reflexão:
Será que Portugal pode fazer melhor que a Autoridade Internacional dos Fundos Marítimos?
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