Bairros

Outros centros, novas periferias, centros antigos periféricos. Talvez apenas na poesia (e ainda em alguns bairros) as ruas tenham gente!

"Não tive nunca nada a ver com as
guitarras dos estudantes: eu vivia
num lento bairro da periferia
onde a chuva apagava os passos das

pessoas de regresso a suas casas
fazia compras na mercearia
e algum livro mais forte que então lia
já era para mim como um par d'asas

amigos vinham ver-me que eu servia
de ponche ou de Madeira malvasia
para soltar as línguas livremente

um que bramava um outro que dormia
eu abria a janela e só dizia
ao menos estas ruas têm gente"

[Fernando Assis Pacheco, in Louvor do Bairro dos Olivais]

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