Representatividade

Quando um país está desagregado e o seu Governo não o acompanha, ou está a tentar agregá-lo ou está em vias de se esboroar ele próprio.

Mau sinal era que, assim, o Governo se mantivesse de pedra e cal.

Que significaria isso senão um completo divórcio, mesmo que filosófico, entre governantes e governados?

(Nem merece uma palavra a arte do bacoquismo de quem preside a esta piolheira de república dos bananas, ele próprio um banana da pior espécie e com provas dadas nas "negociatas em cadeia sem cadeia à vista".)
(Só para definir os fálicos amarelos: são aqueles que, não denunciando a corrupção, e acomodando-se às migalhas da mesma, obstam a que ela seja combatida.)

Mais: se se verifica tal divórcio, como pode um ser considerado governo e outro governado?

A pança deste Governo, como a ministra Assunção disse sobre os eucaliptos, "cresce um bocadinho": que há lá dentro? o joguinho e o rato.

A montanha pariu o rato.
Somos nós os paridos.

E os mercados já reagiram!
Ui...

Aí está a tão propalada independência da Política face ao poder económico.

Os tais condicionamentos, as tais fivelas do cinto que nos aperta a barriga e a respiração democrática: como resultado, se qualquer país, dito aberto, ocidental, globalizado (i.e., sujeito às forças da globalização, que mais não são que as forças dos agentes multinacionais e de nação nenhuma, incluindo as ditas duras instituições "dos países todos, que se reúnem para discutirem dos seus assuntos..." como o FMI, e também as agências de notação financeira e os bancos...) quiser um rumo distinto...

...os mercados reagem!

Como consequência, morreremos encaixados (no caixão) no centrão e no lodaçal que extingue e trucida quaisquer ondas.

Mesmo que numa hipótese remota de o "povo", que o polvo adora tragar, eleger um governo dito das extremidades, que condicione a acção das tais ditas duras que o condicionam, a reacção será automática e proporcional.

Vejam o que cozinharam para o Chile no dia 11 de Setembro de 1973.
Nada de muito diferente, até e portanto: sacrificam a confiança dos portugueses em nome da confiança dos estrangeiros, das instituições internacionais e dos mercados. 
E sacrificam as pessoas em nome da economia.

No fim, aos pedaços, aos despojos, comentam os exilados:
"A operação foi um sucesso, mas o paciente morreu."

Comentários

Edward Soja disse…
Portugal, espera aí!
Põe-te já de quatro,
que agora é a tua vez.
Está a chegar o FMI.
Vão te roubar. Os três.

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