País de Parolos (tomo terceiro)

Alegam, vendem, acenam que com menor trânsito o ar da cidade de Braga vai melhorar.

Com as obras em curso (largo da Senhora-a-Branca, Campo das Hortas, Rua dos Chãos, Av. Central, Rua do Raio e Rua de S. Lázaro, Praça Municipal, sobretudo estas, mas vêde por vós mesmos aqui), uns vão dizendo:

"Mira, que bonito, no es verdad?"

Outros queixam-se do barulho, da poeira, das dificuldades para, neste ou naquele ponto, passar para "aquele lado", e nem estamos a falar de pessoas com cadeira de rodas ou de cegos, cujos obstáculos não carecem de obras.... Pois, também aqui encontrais espaço avesso às vossas locomoções e flanagens:

EMIGRAI, PAROLOS, QUE OS PAROLOS QUE VOS QUEREM LÁ, EMBORA ELES CÁ CONTINUAM PORQUE TÊM DE FICAR A TOMAR CONTA DAS COISAS, OS LACAIOS, OS CHACAIS...!

Mas pelo que vemos, ouvimos e visitamos (sempre pelos passeios possíveis, que não queremos incumprir e passar por espaços que os construtores nos vão mantendo vedados) concluímos:

(excepto para o que está previsto para o Largo Carlos Amarante, como a imagem no-lo pinta, bonito, bonita)

- em nada estas intervenções urbanas parecem contribuir para aumentar o espaço não-betonizado (em todas elas vence a pedra que, como já dissemos noutro tomo desta parolice, é condição sine qua non destes belos planos), pelo que de intervenção terão muito pouco.
Assim, persistem a elevada taxa de escorrência (e o concomitante desaproveitamento das águas pluviais) e o bem sentido aquecimento do cidade (já várias vezes falámos nisto), pois os raios solares não descansam mais com isto. (Experimentem olhar para o termómetro da vossa viatiure dentro e fora da cidade. Sobretudo de dia, que é o que está em questão. Mas também de noite se regista.

- assim, do alcatrão transfigurado em pedra ou da pedra renovada, escassas ou inotórias parecem estas intervenções: a fluidez de trânsito permanecerá a mesma.
Fazem umas mudanças aqui e ali, mas não as complementando com outras obras, talvez mais oportunas - dizei de vossa justiça - e que não de mais e mais impermeabilização para bracarense ver e calar e chupar no dedo...

(CHUPA, PAROLO, QUE PENSAS QUE É BONITO E PARA TEU BEM!)

...talvez agrave até os problemas que dizem, acenam, vendem, vencem, estar a querer resolver.

Perdem.
Ponto.

PERDE, PAROLO, "QUE ELES TRATAM, ELES DECIDEM, DECIDEM TUDO POR TI".

Perdemos.
Porque eles sabem muito bem que estas obras não vão mudar a qualidade de vida dos munícipes (os empreiteiros dessas britalares e dê-ésses-tês  e quejandos recrutam, só para o efeito e coerência desta acusação, os trabalhadores fora do município de Braga: por isso, são apenas parasitas que não ténias.), mas apenas cumprir o servicinho do arranjinho, do trabalhinho, do roubozinho do costume.


Há quem, criticando, ainda acredita estes estrategos acreditam, bem lá no fundo de si, que, com estas obras, algo vai melhorar... Dou o benefício da dúvida. Porque tenho confiança nesse amigo. Não porque acredite que eles acreditam. 

E, não querendo falar da anedota que é aquela via verde, dita ciclovia, ali por Gualtar, Nogueiró etc, com carros a cortar os pés, as rodas, aos "verdes", e não o contrário, que os "verdes", e são tantos ao fim da tarde, que "caminhar até faz bem, dizem, unânimes, os médicos!", é que têm de se submeter, pelos desníveis dos passeios, à circulação motorizada...
... esperamos para ver no que vai dar a intervenção, dita requalificação do ... glup... rio Este...
Uma coisa é certa: aqueles prédios construídos em cima da ... glup outra vez... margem não foram implodidos. Alguns são até bem recentes (ver ali ao lado das piscinas). 
Talvez não seja bom prenúncio.

"Mas... deixai-nos governar, caramba!"!

(Quer-se dizer: estiveram a desgovernar estes anos todos e agora querem fazê-la bonita para apagar a memória do que foi andar a betonizar esta cidade. Apagar a memória, não a betonização da cidade...)




Em prol da melhoria ambiental obras a sério urgem. Não empreitadas de fachada!
E O PAROLO SOU EU??

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