Cidade de gatunos (enciclopédias inteiras deles...)
Ficámos a saber hoje que os administradores da TUB, EM. ganham mensalmente mais de 2 mil euros por mês, mas que ao fim do ano, em vez dos cerca de 20 e tal mil tinham auferido o dobro.
Gastam em mordomias, metendo ao bolso tanto quanto puderem, até quando der.
Será que estes abusos,
porque se trata sempre de dinheiro, que é a forma mais corrente do poder que se adquire, rouba ou chupa às massas para o concentrar nuns quantos que tudo, titeriteiramente, possam manipular as coisas do poder.
Uma das características do Poder é, também, o Poder de escolher os sucessores e o Poder. Se percebermos bem, aqui está o que se verifica há anos nesta porcaria de Município, com o Jornal, o Clube, a Congregação religiosa, os empreiteiros e uns poucos bufos mais estrategicamente colocados na urbe.
E, como ninguém quer deitar o Poder a... perder, aqui reside a razão pela qual o Poder elitista é sempre conservador.
Além de reaccionário e prepotente.
.... Será que estes abusos e sacanços de dinheiro se relacionam, de alguma maneira, com a ineficácia e o imobilismo, empedernido, do sistema de transportes, se de sistema se pode falar, na cidade de Braga?
Não, não estamos a entender bem a coisa: nós não estamos a ligar uma coisa à outra.
A verdade é que uma (meter dinheiro, roubado, claro, ao bolso impunemente) funciona muito bem e a outra (o uso dos autocarros por quem tenha carro) continua a ser anedótica.
E a notícia prossegue, no conservador e reaccionário Diário do Minho de ontem (26.06.12), a dizer que terá que ser injectado mais dinheiro na empresa municipal. Nada de escandalosamente novo.
Entranto, aqui há uns dois meses a notícia (via Correio do Minho) era, só pra citar, "Maioria socialista na Câmara de Braga aprovou contas das empresas municipais Transportes Urbanos de Braga, Bragahabit e Parque de Exposições. Resultados que foram considerados satisfatórios." (O negrito é nosso.)
Obviamente que os resultados devem ter sido considerados satisfatórios (gostava de saber que idoneidade terão os votantes que assim... votaram), mas a eficácia e o serviço de tais empresas nem parece vir à discussão...
Nada de estupuradamente novo.
O dinheiro existe para ser roubado. Com Estados, Bancos e demais instituições não e muito mal eleitas como sorvedouros, nalgum lado há-de ele se concentrar. Afrontantemente.
Aí, teremos o alvo.
E venham com o paninho manso chamado Justiça que, com direito a recurso, só funciona para o arco do Poder, mas a verdade é que já estamos a ficar fartinhos desta piolheira.
Porque estamos a perder as estribeiras - já perdemos as carteiras - e a nobreza de espírito que ainda resta(va)...
Nota: teríamos apresentado hiperligações se as tivéssemos achado pela rede. Daí...
Comentários
Que se fale de pouco investimento e muito lucro...concordo.
Mas não vejo o cenário assim tão negro quando tenho de me deslocar nesta cidade.
Obrigado pela visita.
Como sabe é uma temática abrangente, dependente de inúmeras variáveis. E é uma chatice pensar a cidade como um todo: hierarquia de vias, tráfego, estacionamento, corredores de BUS, o centro pedonal(?)… civismo…obras...
No caso de Braga, por exemplo, acreditando nas suas palavras: "Mas não vejo o cenário assim tão negro quando tenho de me deslocar nesta cidade", teria forçosamente que lhe pedir para especificar o “quando tenho de me deslocar”, e já agora o “para onde” e o “a que horas”. “Quando tenho”, pressupõe que não é sempre, todos os dias, pelo menos, e é aí que a porca torçe o rabo. Os transportes públicos não são apenas para deslocações eventuais, para passeios turísticos ou serviços sociais (leia-se eleitorais).
Mas estamos melhor (no geral) que em 2008 quando publicamos aqui isto: http://www.georden.blogspot.pt/2008/04/braga-circular-viver.html
Já agora, por falar em “inquéritos de satisfação!”, podem ser de insatisfação? E os inquéritos (entrevistas associadas também não faria pior), apenas para terminar, deveriam ser feitos (também) numa amostra de cidadãos que não utilizem os transportes públicos. Seria interessante sabermos o porquê.
E não se trata apenas de “pouco investimento e muito lucro”: se calhar tem outro nome, não?
Voltaremos a este assunto com mais calma.
Volte sempre.
Talvez tenha sido este o pensamento da TUB na hora de delinear a sua missão.
Na verdade, a minha crítica foca-se apenas nos horários nocturnos. E a minha utilização é diária.
Já utilizou o autocarro nº 900?(quando penso no assunto, tenho de concordar com a conclusão do seu artigo: estamos a perder as estribeiras e as carteiras)
É claro que parece uma parceria escabrosa entre a TUB e aquele gigante cinzento.
“ Não há volta a dar…”,dizem os funcionários incrédulos, na paragem do autocarro, quase uma hora depois do turno terminar. Alguém responde: “claro que há volta a dar! Trazer o carro e pagar parque!”
Ora…baseada nesta evidência diária, tenho de concordar inteiramente com a sua reflexão!
Mas, quanto aos horários diurnos, não tenho dificuldade em usar autocarros das 07:00 da manhã às 20:00.Concluo que, apesar não sentir essa dificuldade na prática diária, percebo que outros a sintam e que isso baste para nos indignar.