Estamos no bom caminho (II)
Quem o afirma é (apenas) a presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, acrescentando que a “política de cortes salariais aconselhada pela troika e seguida pelo Governo pode pôr Portugal” nesse caminho. Até aí chegamos nós. E não fomos certamente os únicos. Acresce que estas e outras palavras levam-nos para aquilo que Bourdin designou de “triunfo dos conceitos vagos”, referindo-se ao urbanismo neo liberal, mas que poderá ser transposto para aqui.
Conceitos vagos e palavras vazias: designações como terceiro mundo ou quarto mundo; países em vias de desenvolvimento ou países emergentes; países sub e sobre; G8 e G20; tigres Asiáticos e gatinhos assanhados; geopolítica de cabaré (que esconde uma outra, um tabuleiro onde se joga em grande). Palavra que (tudo isto) por vezes me lembra uma qualquer liga de bola. Tudo menos coisa séria. Cheira a relatórios e enviados especiais; viagens; cargos políticos e meetings. Muitos meetings. E sobretudo, parece, que se fala de coisas sem gente (seres humanos de carne e osso!) lá dentro...
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