A desestruturação do indivíduo em nome da "sociedade"
- Onde depositamos voluntariamente as nossas poupanças?
- Quem gere o nosso salário e cobrança de produtos, folhas salariais, alugueres, serviços, etc.?
- Onde se depositam todos os nossos impostos quando são cobrados pelos Governos?
- Onde se depositam as nossas pensões de reforma?
Ou seja:
- Criticamos o sistema financeiro, ao qual pedimos que mantenha as nossas poupanças protegidas do “ladrão”.
- E criticamos o mesmo sistema ao qual pedimos o maior benefício quando temos poupanças para investir, enquanto exigimos taxas de juro mais baixas para esse dinheiro quando queremos especular com algum negócio.
O nosso problema é que criticamos a especulação financeira das elites e nós, desde a pequenez das nossas economias, fazemos o mesmo.
A sociedade adoeceu de cima a baixo e de baixo pra cima por seguir os critérios baseados na ambição (que são muito bem vistos por quase todos) e no egoísmo.
Se os mais humildes (milhares de milhões no mundo) não acreditássemos na história de que um dia também podemos vir a ser ricos e ter "poder", a historinha acabava e o actual sistema cairia com um castelo de cartas.
Mas tememos que isto aconteça, porque se o sistema económico actual e injusto desaparecesse, cairíamos no desconhecido e o desconhecido sempre infundiu medo.- Porque é que nestes momentos não exigimos com solução básica para muitos dos nossos males a criação de Bancos Públicos geridos democraticamente pelos próprios cidadãos e não pelos nossos representantes políticos profissionais?
- Porque é que não depositamos as nossas poupanças na chamada banca ética?
- Porque é que não levantamos todas as nossas poupanças, pequenas ou grandes, das entidades financeiras e as guardamos em casa? Não estariam mais seguras?
Talvez tenhamos medo de que qualquer das três opções feita por um número suficiente de pessoas possa provocar movimentos descontrolados e desestabilizadores dos interesses mafiosos que mexem os cordelinhos das nossas vidas.
Acho que é aqui que está o problema: o MEDO ou TEMOR do que POSSA acontecer e, pelo contrário, não do que ESTÁ a acontecer e acontece de cada vez que nos demitimos de fazer o que nos parece acertado.
Comecemos portanto a fazer coisas que nos parecem as correctas, ainda que pensemos que as nossas pequeninas acções não possam alterar o caminho das inevitabilidades, porque o temor ou a falta de amor por nós mesmos só pode acabar em violência.
Esta violência que nós mesmos estamos a semear quando estamos à espera de algo inevitável que temos de enfrentar e que na maioria dos casos acaba por não acontecer.
Não estejamos à espera de acontecimentos negativos, passemos à acção e confiemos no "efeito borboleta" das nossas pequenas acções positivas. Sejamos parte da "teoria do caos" onde pequenas acções positivas nos permitirão fluir harmoniosamente dentro do caos em que este sistema nos mantém subjugados.
Façamos as contas do que seria auto-gerir e bem as pequenas poupanças de milhões de pessoas de boa fé, que deixamos sem pensar nas mãos de bancos que especulam com a fome e a morte.
Estas pequenas poupanças, ainda que não pareçam, são um GRANDE CAPITAL, o único real, que deixamos impunemente nas mãos de gananciosos."
Efeito Borboleta:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_borboleta
Teorias do caos:
(em Castelhano)http://es.scribd.com/doc/
Banca ética:
http://www.triodos.es/es/
Traduzido por Eduardo F.
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