"O Mar Aqui Tão Perto", de José Carlos Fernandes
O Mar Aqui Tão Perto
José Carlos Fernandes [*]
[*] José Carlos Fernandes nasceu, em 1964, em Loulé. É licenciado em Engenharia do Ambiente, foi assistente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde leccionou Botânica e fez investigação em Metais Pesados. Começou a dedicar-se ao desenho e à BD em fins de 1989. Entre 1989 e 1999, trabalhou no Parque Natural da Ria Formosa, onde viria a editar o livro “O mar aqui tão perto”. Tem colaborado em várias revistas e jornais, nomeadamente, O Independente e O Público. Nos últimos anos trabalhou sobretudo na série “A Pior Banda do Mundo”, que conta com 6 volumes editados. O seu primeiro volume, “O Quiosque da Utopia”, foi eleito o Melhor Álbum Português de 2002, pelo Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora e pelo Diário de Notícias.
Nota: Envie a sua sugestão de leitura para georden@gmail.com que, posteriormente, publicaremos, neste mesmo espaço.
José Carlos Fernandes [*]
Edição: 1998
Editora: Instituto da Conservação da Natureza
Páginas: 28
Andava eu a vaguear na Feira dos Parques Naturais, em Olhão, quando numa das bancas me saltou à vista um pequeno livro com um título tão forte como a ilustração que o acompanha. Desde logo, identifiquei-me com o personagem do livro, que acabei por o ler, ali mesmo.
“O mar aqui tão perto”, do conhecido autor de Banda Desenhada, José Carlos Fernandes, e promovido pelo Parque Natural da Ria Formosa, dá-nos a conhecer, de uma forma clara e pedagógica, o processo de erosão que tanto afecta a nossa costa, em particular, demonstra de que forma se reconstrói as dunas que se encontram em mau estado após os constantes galgamentos dos temporais de Inverno.
Se és um apaixonado e defensor fervoroso do meio natural, mas que desconheces os factores naturais e antrópicos que fazem evoluir a erosão costeira, lê o que a gaivota tem para te contar neste livro:
“Escuta deixa-me contar-te uma história...
Num imenso palácio de vidro, algures no Pólo Norte, vive o Sr. Efeito de Estufa. Parece ser uma morada improvável para alguém que, como ele, não suporta o frio e sofre de frieiras, mas acontece que ele vive fascinado pela paisagem do Árctico (...) mantém o aquecimento do palácio a funcionar dia e noite, se é que se pode falar de dias e noites num lugar como aquele. O que o Sr. Efeito de Estufa não sabe é que, cada vez que sobe um décimo de grau no termóstato, milhares e milhares de toneladas de gelo se despenham no oceano com um estrondo espantoso.
E assim, o nível do mar vai subindo todos os dias um bocadinho, uma coisinha de nada (...) mas ao fim de anos, de décadas, é o que se vê, as ondas começam a galgar as dunas, a empurrar as ilhas-barreiras em direcção ao continente. E como se isso não bastasse, temos o homem a asnear, obras a esmo, marinas, portos, esporões, dragagens, enrocamentos, como se pudesse moldar o mundo a seu bel-prazer.
E quando as dunas estão cobertas por vegetação ainda é o mal menor, o pior é quando há betão por todo o lado, jipes por todo lado, roullotes, barracas, vivendas, blocos de apartamentos, restaurantes, pizzarias, parques de estacionamento, tudo em cima das dunas, tudo espezinhado, nem uma planta para amostra. E depois espantam-se com os resultados...
As pessoas não são muito espertas, pois não?”
Com “O mar aqui tão perto” encontraremos todos a resposta...
Boas leituras geográficas.
Editora: Instituto da Conservação da Natureza
Páginas: 28
Andava eu a vaguear na Feira dos Parques Naturais, em Olhão, quando numa das bancas me saltou à vista um pequeno livro com um título tão forte como a ilustração que o acompanha. Desde logo, identifiquei-me com o personagem do livro, que acabei por o ler, ali mesmo.
“O mar aqui tão perto”, do conhecido autor de Banda Desenhada, José Carlos Fernandes, e promovido pelo Parque Natural da Ria Formosa, dá-nos a conhecer, de uma forma clara e pedagógica, o processo de erosão que tanto afecta a nossa costa, em particular, demonstra de que forma se reconstrói as dunas que se encontram em mau estado após os constantes galgamentos dos temporais de Inverno.
Se és um apaixonado e defensor fervoroso do meio natural, mas que desconheces os factores naturais e antrópicos que fazem evoluir a erosão costeira, lê o que a gaivota tem para te contar neste livro:
“Escuta deixa-me contar-te uma história...
Num imenso palácio de vidro, algures no Pólo Norte, vive o Sr. Efeito de Estufa. Parece ser uma morada improvável para alguém que, como ele, não suporta o frio e sofre de frieiras, mas acontece que ele vive fascinado pela paisagem do Árctico (...) mantém o aquecimento do palácio a funcionar dia e noite, se é que se pode falar de dias e noites num lugar como aquele. O que o Sr. Efeito de Estufa não sabe é que, cada vez que sobe um décimo de grau no termóstato, milhares e milhares de toneladas de gelo se despenham no oceano com um estrondo espantoso.
E assim, o nível do mar vai subindo todos os dias um bocadinho, uma coisinha de nada (...) mas ao fim de anos, de décadas, é o que se vê, as ondas começam a galgar as dunas, a empurrar as ilhas-barreiras em direcção ao continente. E como se isso não bastasse, temos o homem a asnear, obras a esmo, marinas, portos, esporões, dragagens, enrocamentos, como se pudesse moldar o mundo a seu bel-prazer.
E quando as dunas estão cobertas por vegetação ainda é o mal menor, o pior é quando há betão por todo o lado, jipes por todo lado, roullotes, barracas, vivendas, blocos de apartamentos, restaurantes, pizzarias, parques de estacionamento, tudo em cima das dunas, tudo espezinhado, nem uma planta para amostra. E depois espantam-se com os resultados...
As pessoas não são muito espertas, pois não?”
Com “O mar aqui tão perto” encontraremos todos a resposta...
Boas leituras geográficas.
[*] José Carlos Fernandes nasceu, em 1964, em Loulé. É licenciado em Engenharia do Ambiente, foi assistente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde leccionou Botânica e fez investigação em Metais Pesados. Começou a dedicar-se ao desenho e à BD em fins de 1989. Entre 1989 e 1999, trabalhou no Parque Natural da Ria Formosa, onde viria a editar o livro “O mar aqui tão perto”. Tem colaborado em várias revistas e jornais, nomeadamente, O Independente e O Público. Nos últimos anos trabalhou sobretudo na série “A Pior Banda do Mundo”, que conta com 6 volumes editados. O seu primeiro volume, “O Quiosque da Utopia”, foi eleito o Melhor Álbum Português de 2002, pelo Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora e pelo Diário de Notícias.
Nota: Envie a sua sugestão de leitura para georden@gmail.com que, posteriormente, publicaremos, neste mesmo espaço.
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