Do cepticismo - I
"(...) Diz-se que existem três níveis de cepticismo em relação a assuntos como as alterações climáticas - ou seja, são três os grandes desafios que emergem do interface ciência-sociedade.
"Primeiro, dizem-lhe que está errado e têm como o provar:
'O clima não está a mudar de forma atípica ou, se estiver, as actividades humanas não são a causa.'
Segundo, dizem-lhe que tem razão, mas não interessa:
'Está bem, está a mudar e os humanos estão a contribuir para tal, mas não será muito nocivo.'
Terceiro, dizem-lhe que tem importância, mas é demasiado tarde para se fazer alguma coisa:
'Sim, as perturbações do clima irão provocar danos reais, mas é demasiado tarde, difícil ou caro para o evitar, por isso temos de nos acomodar e sofrer.'
Todas estas posições são constituídas por subconjuntos daqueles que se mostram cépticos em relação às alterações climáticas e que infestam talk shows, blogues da internet, conversas em festas, cartas ao director e artigos de opinião em jornais tidos como 'equilibrados' ou não-discriminadores.
Com o passar do tempo, é frequente os cépticos passarem da primeira para a segunda categoria e da segunda para a terceira, à medida que as provas científicas de que vão tendo conhecimento se tornam mais difíceis de ignorar ou refutar. Os poucos cépticos com algumas provas dadas na ciência das alterações climáticas passaram praticamente todos, nos últimos anos, da primeira para a segunda categoria. E a passagem da segunda para a terceira - bem como a passagem directa da primeira para a terceira - está a tornar-se mais frequente.
As três posições estão profundamente erradas."
(p.133)
Mais um "estrato" desse livro tão lúcido que é "Quente, Plano e Cheio", de Thomas L. Friedman (Actual Editora, 2008)...
"Primeiro, dizem-lhe que está errado e têm como o provar:
'O clima não está a mudar de forma atípica ou, se estiver, as actividades humanas não são a causa.'
Segundo, dizem-lhe que tem razão, mas não interessa:
'Está bem, está a mudar e os humanos estão a contribuir para tal, mas não será muito nocivo.'
Terceiro, dizem-lhe que tem importância, mas é demasiado tarde para se fazer alguma coisa:
'Sim, as perturbações do clima irão provocar danos reais, mas é demasiado tarde, difícil ou caro para o evitar, por isso temos de nos acomodar e sofrer.'
Todas estas posições são constituídas por subconjuntos daqueles que se mostram cépticos em relação às alterações climáticas e que infestam talk shows, blogues da internet, conversas em festas, cartas ao director e artigos de opinião em jornais tidos como 'equilibrados' ou não-discriminadores.
Com o passar do tempo, é frequente os cépticos passarem da primeira para a segunda categoria e da segunda para a terceira, à medida que as provas científicas de que vão tendo conhecimento se tornam mais difíceis de ignorar ou refutar. Os poucos cépticos com algumas provas dadas na ciência das alterações climáticas passaram praticamente todos, nos últimos anos, da primeira para a segunda categoria. E a passagem da segunda para a terceira - bem como a passagem directa da primeira para a terceira - está a tornar-se mais frequente.
As três posições estão profundamente erradas."
(p.133)
Mais um "estrato" desse livro tão lúcido que é "Quente, Plano e Cheio", de Thomas L. Friedman (Actual Editora, 2008)...
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