Causas concretas

"(...) mesmo quando a terra passou de períodos glaciares para interglaciares, sabemos que as alterações totais nas concentrações de CO2 - entre os máximos e os mínimos - não ultrapassavam 120 partes por milhão (ppm). Passava de 180 ppm para 300 ppm e depois regressava aos 180 ppm, fazendo-se acompanhar pela oscilação de seis graus centígrados na temperatura. No entanto, nos últimos dez mil anos tem estado estabilizada em torno de 280 ppm de CO2, pelo que o nosso clima também se mostrou muito estável.

Tudo isto começou a mudar de repente, mais ou menos a partir de de 1750. Logo após o despontar da Revolução Industrial, e sobretudo nos últimos 50 anos, a quantidade de CO2 na atmosfera terrestre aumentou de 280 ppm para 384 ppm, nível em que provavelmente nunca esteve durante 20 milhões de anos. E estamos agora em vias de acrescentar 100 ou mais ppm de CO2 à atmosfera nos próximos 50 anos. Este CO2 não provém dos oceanos. ["Quando os oceanos aquecem, libertam CO2", p.126] Provém da acção humana de queima de combustíveis fósseis e da desflorestação. ["A desflorestação é responsável por cerca de 20% de todas as emissões de CO2", p. 155].
Sabemo-lo porque o carbono pode ser datado e o carbono contido no dióxido de carbono produzido a partir da queima de combustíveis fósseis é de uma idade diferente do CO2 que se encontra nos oceanos. E as medições revelam, sem margem para dúvidas, que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera nos últimos 50 anos teve origem no carbono libertado na combustão de combustíveis fósseis."

(p. 127)

Continuaremos com o livro "Quente, Plano e Cheio", de Thomas L. Friedman (2008, Actual Editora). Até que a voz nos doa.

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