"Os Cinco Sentidos", de Arsénio Reis

Clica para aumentarOs Cinco Sentidos: Matanto a paz no Médio Oriente
Arsénio Reis [*]

Edição: 2003
Editora: Difel
Páginas: 156

Face aos recentes relatos da escalada de violência no conflito israelo-palestiniano, no Médio Oriente, caso não estivesse já publicado, podia ser este o livro deste mês.
“Os Cinco Sentidos”, de Arsénio Reis, será um livro sempre actual e sugiro a sua leitura a quem queira testemunhar o relato, in loco, de um jornalista português, de alguns acontecimentos que ocorreram, em 2002, aquando da maior operação militar israelita, nos últimos 20 anos, em territórios palestinianos, denominada “Muralha Defensiva”.
A ofensiva israelita passou pela invasão e ocupação da Cisjordânia, com o intuito, segundo o governo israelita, de combater o terrorismo, eliminando os alegados terroristas.

"O povo vive prisioneiro, na sua terra, nas suas casas e reage criando mártires que fazem as vítimas necessárias à construção da prisão em que vivem."

Arsénio Reis, acerca do círculo vicioso de que se alimenta o conflito,
in “Os Cinco Sentidos”, Cap. Audição: O cantar das armas em Ramallah, p. 81.

Naquele ano, admitia-se a entrada do exército israelita na Faixa de Gaza, apesar de algumas incursões, a ocupação efectiva não chegou acontecer, no entanto, aquele território, que é considerado uma das zonas mais populosas do Mundo, segundo documentos das Nações Unidas, tinha já o destino marcado...

Gaza sabe que está em lista de espera. Terminada a operação de limpeza – expressão usada por porta-vozes israelitas – na Cisjordânia, ninguém duvida que a Faixa será contemplada com o apertar de um longo abraço há muito erguido pelos militares.

Raji Sourani, o Director do Centro Palestiniano dos Direitos Humanos,
in “Os Cinco Sentidos”, Cap. Tacto: apalpar o medo em Gaza, pp. 95-96.

Por último, transcrevo parte do prefácio, escrito por Mário Soares:
O livro tem um título poético e algo enigmático: Os Cinco Sentidos. É uma reportagem-testemunho, reveladora de grande coragem e sensibilidade, da autoria de um jovem e promissor jornalista da Rádio Renascença, Arsénio Reis.
Trata-se de uma reportagem, escrita a quente, por forma incisiva e isenta, após o choque de uma experiência vivida e única, que vai, seguramente, incomodar os eventuais eleitores, mais também abrir-lhes os olhos para uma das tragédias mais interpelantes do mundo em que vivemos.
Felicito vivamente o autor pelo seu inspirado livro. Partiu, oportuna e significativamente, da frase de Mahatma Ghandi – uma das mais vigilantes consciências morais do século XX – que lhe serve de epígrafe: “Perdoar é o valor dos valentes: Somente aquele que é bastante forte para perdoar uma ofensa, sabe amar”. À bon entendeur...


Mário Soares in prefácio.

[*] Jornalista da Rádio Renascença.

Comentários

Anónimo disse…
Um excelente relato do jornalista Arsénio Reis! Recomendo!
Edward Soja disse…
Com certeza. Um tema infelizmente sempre actual...

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