Já por aqui abordamos este assunto em baixo. Muitas vezes. Talvez por isso, sejamos forçados a reconhecer que as pessoas em geral convivem muito bem com isso. Parece.
Primeiro era o hipermercado - a anteceder a urbanização. Depois acudiram mais prédios. Depois ainda, mais prédios a ocuparem os espaços prometidos para o estacionamento e os tais jardins que nunca chegaram. Entretanto chegou mesmo foi o centro comercial precedendo mais prédios e a circular com as suas rotundas. Tudo isto sem qualquer hierarquia de vias, passeios, bermas ou praças. Enfim, após o repasto, caiu do céu um tal retail parque, sem que ninguém se lembrasse dos acessos. Finalmente, chega-nos o hospital, lá bem no cimo, como os antigos conventos, talvez para estar mais próximo dos deuses. E constroem-se no meio, ou melhor, por cima disto tudo os acessos necessários. Bastaria apenas um passeio matinal, por exemplo, pela rua Quinta da Armada, para perceber a amálgama alucinada que infesta toda esta área: rua sem passeios, estreita, muralhada literalmente por casas e prédios e ainda assim sempre repleta de automóveis estacionados, cortada por um cruzamento (entre outros) inventado à socapa e sem visibilidade. Por ela circulam, veículos pesados de mercadorias, de transporte, autocarros, automóveis ligeiros, seres humanos adultos e crianças a caminho da escola, cães e gatos e bicicletas e motorizadas…
in O tio foi em viagem
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