Está bem, mas não só

- Recomenda ao Governo a adopção de medidas urgentes a implementar no sector dos combustíveis em Portugal


A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:

1 — Promova uma avaliação, por uma entidade independente, sobre a formação dos preços dos combustíveis em Portugal que permita retirar conclusões concretas sobre se existe ou não um clima verdadeiramente concorrencial no sector, designadamente:
a) Explique com detalhe a formação do preço final dos combustíveis pago pelos consumidores nas suas várias etapas: refinação, transporte e armazenamento;
b) Ao nível do tipo e qualidade dos combustíveis vendidos nos diferentes postos de abastecimento, esclareça se se justifica o diferencial de preços que hoje existe entre as
diferentes categorias de combustíveis vendidas nos postos de abastecimento;
c) Retire conclusões relativamente a outros países europeus no sentido de saber se a existência de concorrência ao nível da refinação, transporte e armazenamento de combustíveis permite aumentar o clima concorrencial no sector e, consequentemente, garantir a existência de preços mais competitivos.

2 — Ao nível da fiscalidade que incide sobre os combustíveis, se debruce nos seguintes pontos:
a) Com carácter de urgência, se disponha a rever toda a política fiscal que incide sobre o preço dos combustíveis em Portugal;
b) Estude a possibilidade de traduzir o recente aumento da receita fiscal proveniente da subida do preço dos combustíveis (ISP e IVA) em medidas de apoio de carácter fiscal aos consumidores.

3 — Seja finalmente publicado o decreto -lei específico para o subsector do petróleo que passa a permitir que haja concorrência e novos actores no mercado ao nível da refinação, transporte, licenciamento e armazenamento, complementando assim o Decreto -Lei n.º 31/2006, de 15
de Fevereiro, conforme a Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de Abril.

4 — Juntamente com as empresas do sector dos transportes em Portugal, estude eventuais medidas de apoio a aplicar a curto prazo que tenham como objectivo aliviar o peso da recente escalada do preço dos combustíveis na estrutura de custos das empresas.

Aprovada em 18 de Março de 2011.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama



Preocupados em saber por que motivos os preços dos combustíveis fósseis são o que são por cá.
Tudo bem.
Mas não era uma boa oportunidade de "meter uma colherada" no sentido de "... incentivar a diversificação das fontes de energia, visando reduzir a dependência externa de um produto de que o país não dispõe"... etc., etc.

Parece-nos que alguém pensa que os Estados ganham muito com os impostos com que tributam os combustíveis fósseis. MESMO que não disponham deles e tenham de os importar.
Mas esses alguéns estão muito enganados.
Até lá, até mudarem, mudarmos, fazermo-los mudar, fazermo-nos mudar, continuamos a pagar.
E não é só do bolso que nos sai.
Mas da saúde e da paisagem em termos gerais.

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