A produção é a coroa e a destruição é cara.

A destruição sai cara, sim. Mas temos de pensar sempre: A QUEM sai cara? O motor é o consumo, e na descoincidência geográfica e económica (a mais antiga variante da injustiça) entre os pagadores e os compradores, a produção oculta a destruição que a implica. Uns são os reis (a Coroa), outros a cara. Da moeda que gira... Que gira. Atentem: que GIRA... É sobre isto que importa reflectir.
As coisas que nos escapam ao entendimento, talvez apenas careçam de um pouco de detenção, de um pouco de análise. De ver o outro lado.
Apenas de irmos por aí fora, sempre um pouco mais longe, de pergunta em pergunta, pelo rio das coisas acima.

Se a cabeça é redonda para as ideias circularem,
se o mundo é redondo para poder girar (a verdade talvez seja é que por ser obrigado a girar se foi tornando redondo o planeta), as coisas que cá estão, muito lavoisieranamente, andam de um lado pra o outro, a circular, transformando-se.

De onde vêm? Para onde vão? Como? O que implicam essa viagem?, essa transformação?,
E depois, que acontece? Onde se fecha o ciclo? É um ciclo?

O que é um ciclo? - Um percurso fechado, que se conclui e - aqui é que está - que pode voltar a começar. (Daí sempre o eterno retorno da questão da sustentabilidade)

Quantas fases do ciclo passam por nós? De quantas fases não estamos conscientes? Mas... em quantas podemos intervir? e... INTERVIMOS, de facto,?
Aqui há uns anos, talvez mais de 15 anos, o Boaventura escrevia, na Visão, um texto genial.
Não se tratava de um mero jogo de palavras. Mas o mais importante que ressaltava (não sei onde pára esse texto) era que "nos falta a consciência da consciência que nos falta". A noção de que há coisas que nos escapam. Tal como o "só sei que nada sei" socrático.
Ou seja, o primeiro passo e o estímulo inicial para irmos mais além no saber. No querer saber.
Porque, com a imaginação atrofiada pela mesquinhez apontada à cabeça, não vemos para além do que nos está à frente. E por todo o lado nos estimulam a que não pensemos, retirando-nos os materiais de que precisamos para pensar e ver o que não vemos, que não temos ali, agora, no imediato, e está longe, bem lá longe, onde não podemos pôr a manápula.

Vêde o vídeo. O vídeo volta, a moeda gira, o mundo roda, as chapadas voltam a bater naquela porta. Que o mundo é o mesmo e único. E o preço, caro, que volta à cara, vem ampliado. Pois não é verdade que a nossa maior fraqueza é a nossa maior força infligida contra nós? Estes são os estímulos que temos injectado no sistema e o feiticeiro está tão-somente a ficar sem mais ninguém a quem pedir contas.

Olhem, eu sou um chato e o palavreado que brota, querendo encher-vos a taça, só vo-la esvazia. (Ah! esta é do Nietzsche..) Vêde o vídeo.



(Há quem lhe chame coltan... coltan... mas o que é isso? Eu sempre ouvi falar em "cobalto", que é isso o que é. Dantes era Bombaím, depois passou, não sei por que carga de água transnacionalista ou anglo-saxofonista, a ser chamada Mumbai... Estão a brincar connosco. Porque quer as palavras, quer o silêncio, não há neutralidade possível. Se houver dois seres comunicantes...)

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