Escapadinha a Ponte de Lima
Aqui há meses anunciámos a 3ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima. O Georden marcou presença e deixa-vos as principais ideias do que viu.
A tarde estava ensolarada (coisa que não nos tem faltado, aqui para cima) e convidava a um passeio pelos jardins. Alguma afluência, no dia em que os visitámos, como se pode perceber em algumas fotos. Como sabemos, o tema deste ano era o lixo, a reciclagem e a paisagem.
O Jardim das Avestruzes obrigava-nos a reflectir sobre o destino que acaba por ter o lixo que vamos produzindo: vai entranhar-se em tudo. Não só debaixo da terra, mas, em última análise, dentro de nós. "Que fazer face à perigosa acumulação de lixo e de embalagens que temos à nossa volta? Espetar a cabeça na areia como faz a avestruz? Fechar os olhos e virar as costas aos problemas não costuma dar qualquer resultado…Imaginem que neste jardim as árvores adoptaram a política da avestruz e, virando-se, trocaram a copa pela raiz."
Hiperbolização relembra-nos que, em caso de necessidade última, a construção dos nossos espaços podem / terão de incluir materiais recicláveis, produto existente em abundância.
Em Lixo - A Arte é Evitá-lo os jardins em fim de vida, ou abandonados (porque a Natureza criadora não dá fins, mas fins de ciclos), deixam os materiais com que foram tratados: máquinas de cortar relva, tesouras... que, assim, não passam de lixo. Cuidando dos espaços verdes evita-se o desperdício, parece ser a mensagem.
No Jardim de Cartão elucidou-se para a valorização e importância da reciclagem do papel, através de uma série de utilidades que acabam por fazer parte do nosso dia-a-dia e do nosso meio comum.
Em Metamorfose um conceito interessante que nos falava sobre a perspectiva: caminhando numa direcção (que pode ser lida como, "para o futuro") o jardim é uma realidade. Porém, quando fazíamos o percurso inverso, reparávamos que esse jardim escondia aquilo em que assentava. Correcto, lixo. Também pode ser lido como fazendo o lixo parte estruturante da evolução cíclica da natureza, que, se lhe dermos o tempo de que necessita, trata sempre de reciclar para nós.
O Homem que Plantava Árvores era mais eficaz. Porque as semeava. E podia utilizar, como qualquer um de nós pode, garrafas de plástico, que permitem as condições perfeitas para que cada rebento vingue e faça do nosso coração um mundo mais verde.
Jardim Reciclado chamou-nos à atenção para o que implica a produção de algo. Um determinado volume de recursos explorados e transformados implica uma produção de tantos quilos em lixo. Este ciclo destrutivo daquilo que a Natureza demora tantos anos a elaborar tem um preço altíssimo.
Como o Lixo Entra no Jardim é uma luta que temos de travar pelo destino adequado que devemos dar ao lixo (nos caixotes), para que o jardim europeu (por sinédoque, problema comum a todos os países) continue limpo e saudável. Por vezes, esse destino não é atingido. Por isso, entra o lixo no nosso jardim.
Para contactar com os trabalhos de tantos artistas, com plantas e ervas aromáticas dispostas em cada uma das instalações e para nos determos um bocadinho que seja nesta problemática, valeu a pena a visita. Para o próximo ano há mais. Dessa vez, 2008 será dedicado às energias!
Comentários
Ponte de Lima apostou neste festival e apostou bem, pois é já uma referência para quem visita a vila.
Eu nao vi. Vi apenas numa revista de promoção do festival... e num artigo de um blog... e aqui http://www.festivaldejardins.cm-pontedelima.pt/
Espero voltar no ano que aí vem.