A arte de navegar...

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Foto de Rogério Madeira, Vilamoura, 17.11.2007.

Os dias são tamanhas confusões
Nada me liberta em terra firme.
Sinto falta da linha azul do horizonte
E da doce maresia do mar.
No cais aguarda-me o barco dos dias e das noites,
Que podia ser mais um entre tantos outros,
Mas navegar requer uma certa arte
E quero reconciliar-me com o oceano.
Parto em busca de desafios
Navegarei por mares calmos e bravios.
Terei como companhia o grasnar das gaivotas
E o balançar agitado das ondas.
Parto deste porto que me viu chegar.
Navegarei cedo para uma longa jornada.
Comigo levarei novas alternativas,
Que desbravarão outros olhares.

Gaivota, 18.Nov.07

Comentários

Anónimo disse…
As novas tecnologias colocadas ao dispor da investigação e do conhecimento encontram realmente novas alternativas que vão ao encontro da sustentabilidade do nosso planeta. No entanto, apesar de haver essas alternativas os custos são sempre extremamente elevadíssimos e acabam por não ser acessíveis a todas as classes sociais. Por isso, fico sempre a pensar até que ponto vale a pena investir em soluções que não são usadas para solucionar os problemas que tem surgido com o passar dos anos.
Rogeriomad disse…
A mim parece-me que tudo o que é "alternativa" tem sempre um custo inicial mais elevado... no entanto, com a maturidade das ideias/projectos poderemos "colher os nossos frutos com melhor qualidade"... ou seja, teremos retorno naquilo que investimos...

A educação é cara... também não é para todas as bolsas. Mesmo sendo excelente aluno, se for pobre nunca chegará longe nos estudos a não ser que receba apoio monetário...

No entanto...
Será que não valerá sempre a pena investir na nossa educação?
Anónimo disse…
Concordo com o seu ponto de vista e claro que deve-se apostar na educação (apesar de nem sempre os nossos políticos assim o acharem) e na formação de todos nós. Bem entendo que a investigação tem um custo muito alto, mas em Portugal também não se aposta ou não se dá o devido valor a ela. No entanto, gostaria que essas mesmas alternativas se tornassem mais acessíveis à sociedade. Afinal sustentar o planeta onde vivemos não é um bem supérfluo!! Apesar de, neste caso do barco posso muito bem passar sem ele. :)
Rogeriomad disse…
Depende... talvez deste barco sim... mas pensa (trato-lhe por tu) que muito dos bens que consomes chegam de barco... eheh

A Arca de Noé salvou o mundo... os petroleiros "aquecem-nos o corpo e provocam marés negras"... os porta-contentores "trazem-nos produtos da China", os porta-aviões "trazem e levam mortes/vidas", os iates dão-nos prazer, as lanchas trazem-nos droga, o barco hidrográfico mostra-nos o mundo subaquático, as "traineiras" trazem-nos o peixinho que todos gostamos... ahah

Será que podes passar sem o barco?

O que te parece supérfulo hoje... pode se tornar amanhã uma necessidade comum...

E concordo contigo... quando dizes as alternativas (tecnológicas) deviam ser acessíveis à sociedade...
Só assim se desenvolve o conhecimento...

Saudações geo,

Rogerio
Edward Soja disse…
O problema é tornarmos necessárias coisas que terão que ficar para trás, por insustentáveis - logo, anacrónicas.
Edward Soja disse…
Mas nada que a tecnologia, uma vez mais, não resolva. Nem que seja obrigada a recuar um pouco na sua megalomania de dominar a natureza...
Anónimo disse…
Obviamente que quando falava do barco, referia-me ao da foto e a mim, que não uso nem barco, nem carro, pois utilizo transportes públicos. :)
Claro que os barcos fazem falta, até mesmo os de lazer!
Um dia destes até poderemos necessitar de utilizar a arca de Noé...
Rogeriomad disse…
Eduardo F... ;) Queres coisa mais "tecnológica, inovadora, eficaz" que a natureza? eheh
Todos dias me surpreende...

ms... pois... mas são barcos como o da foto que promovem a mudança... esperemos que mais barcos se movam a biodiesel... e se pensarmos nos de lazer... então deviam ser mesmo a biodiesel...

Tratar alguém por "MS", uma sigla, já parece mais um plano... PDM, PP, PU, PROT, POOC, PE e MS... eheh

Saudações geo,

Rogério
Anónimo disse…
Sem dúvida que sim. Concordo com o teu ponto de vista.
:) Pois... até parece! E pode sempre querer dizer "Mensurar o Sustentável"!! Será que isso é possível? :)
Rogeriomad disse…
Boa pergunta...
Eu respondo que sim...
mas em certa medida... Não! ahah

Malta o que vocês acham?

(inicialmente tinha respondido ao contrário... mas depois pensei melhor e alterei...).
Edward Soja disse…
A minha resposta vai... no mesmo sentido:

se cada um, por si, fizer a sua parte, então é possível.

Mas como isto é tarefa de todos, que deve ser concertada, então é muito difícil. Por isso, não é possível.

Porque dependemos dos poderes que mudam estruturalmente as coisas. Mas sendo esses poderes os mesmos que, ocupados por interesses particulares e imediatos, fascizantes mesmo, criam a estrutura que temos de mudar, então estamos a perder.

Assim é muito mais difícil. Por isso, acredito que conseguimos fazer mais se cada um fizer por si.

Complicado, não?

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