Fronteiras Brancas
Running Fence, Sonoma and Marin Counties, California 1972-76
de Christo e Jeanne-Claude
Fonte: ChristoJeanneClaude.net
Uma vez, numa aula de Expressão Gráfica, disciplina que, pela orientação que a docente lhe deu poderia ter tido o nome de Educação Visual (o que eu agradeço), vi uma foto parecida com esta. É da autoria do famoso artista de origem búlgara Christo.
Educação Visual porquê? Ora, o nome di-lo claramente. E para não estarmos a dizer asneiras (quando não se sabe, procura-se saber), consultámos a página da Associação Nacional de Professores de Educação Visual e Tecnológica onde podemos ler que um dos objectivos da dita é desenvolver o sentido crítico. E passo a citar:
Estruturar uma posição de receptor consciente e crítico no sistema de comunicação em que está inserido, designadamente perante as solicitações visuais da publicidade. (do documento da Organização Curricular e Programas, p. 6)
No meio de tudo (não literalmente...) estão as distâncias e tudo o que isso implica. Por vezes, é possível contornar essa condicionante, tornando-as virtuais. A virtualidade (lá vem outra vez essa questão) em pouco se identifica com a realidade. E seguem-se dois exemplos:
1 - Se a distância entre Portugal e os Estados Unidos é igual à que separa os Estados Unidos de Portugal, então os estadunidenses deveriam ver tantos filmes portugueses como nós vemos os filmes deles (e já não falo da língua, pois temos a terra-mãe ali mais em cima...)
2 - Os meios de comunicação (isto é, os que nos põem em contacto físico e linguístico) encurtam as distâncias. Claro. Mas, por outro lado, exclui e afasta aqueles que não dispõem deles.
Enfim, virtualidades do mundo moderno e da globalização.
Estas são implicações que não parecemos muito preocupados em combater. Consequências já não palpáveis, que possamos agarrar, com a nossa força braçal.
Há poucos meses, numa entrevista ao DN (de que podemos ler um excerto), José Saramago, profetizou a integração dos povos de Espanha com os de Portugal, nascendo daí a Ibéria, nome que não é novo para ninguém.
Que consequências adviriam dessa união?
A manter-se o clima de paz, que ameaças representaria tal feito histórico (e cartográfico, já agora)?
Depois de ler a notícia e reflectir sobre este assunto, convidamos o leitor a participar no inquérito que temos ali do lado esquerdo. As votações estão abertas!
Alguém tem medo do debate?
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