Coisas do arco-da-velha

Os últimos 15 dias são sintomáticos (apenas surpreendentes para quem não conhece nada de história de Portugal) e, espelham, (desnudam) um país casuístico, sombrio e, sobretudo, ignorante. Refiro-me ao espectacular (sem rir) temporal que assolou o país. O temporal existiu: as consequências também! O caos instalou-se, com o “povo” a bradar aos céus (incompreendido), disparando em todos os sentidos. Logo os políticos, esses iluminados, vislumbram uma série de causas, mordaças ( impostas por outros), irresponsabilidades (de outros) e coisas para comissões independentes. Os telejornais rejubilam com tantas Venezas. Triste realidade, mais que sabido: (des)ordenamento do território (estudos no valor de 7 milhões de EUROS para o Douro na gaveta); construções em leito de cheia; degradação dos solos e protecções naturais ( ainda alguém se recorda dos incêndios?)… e mais estudos, claro. Andámos a estudar há séculos!

Também se soube, ó diabo, que os terrenos do futuro elefante branco, perdão, aeroporto da Ota, estão completamente alagados. Construção em leito de cheia. Estava previsto, claro! Será necessário um aterro de 25 metros; a consolidação das pistas pode exigir estacas com 50 metros? Substituição por areias do material argiloso do leito?
Quanto vai custar? Justifica-se? Quem paga?...

“Todos vivem na dependência: nunca temos por isso a atitude da nossa consciência, temos a atitude do nosso interesse?” Isto foi escrito no sécXIX! Por Eça de Queirós.

Coisas do arco-da- velha!

Comentários

Rogeriomad disse…
Infelizmente (ou felizmente para uns) é o país em que vivemos...
Depois dos conceitos e técnicas de Ordenamento do Território não serem novidade para ninguém ainda assistimos a atropelos urbanísticos, atentados ambientais, etc...

O caso português é-nos bastante familiar no entanto estas situações acontecem um pouco por todo o mundo...
Anónimo disse…
Ás vezes preferia viver na ignorância (não doía tanto)...

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