O verbo derivado é bem mais forte...

(
- Desbloqueia aí os processos, compincha.
- Não te preocupes. Nem que seja no último dia antes de cessar funções, verás o teu PIN aprovado.
)


Portugal soma e seguePúblico, 09.12.08, p.18
(Clicar na imagem para ler)


E eu, tão mal informado estava, a pensar que PIN queria dizer Projecto de Interesse Nacional... Afinal, é menos que isso - o P é só de Potencial...
Mas as perdas, essas, não levam esse P. Levam um E, de Efectivas. E começam já nos pinheiros, que deixam de ser verticais para sempre.

Destruam o coberto vegetal, desestruturem o solo. E depois abandonem a região por falta de água com qualidade. Prever, planear... verbos que implicam visão de futuro. Prever as fases é já estruturar o calendário das nossas acções. Agora destróis, amanhã constróis, depois de amanhã foges do que construíste. Talvez para lugares onde ainda não tenhas feito nada disso.

Numa fuga prà frente, sem fim à vista? Sim, porque ciclos destes não se renovam, não são sustentáveis.
(Ah! as Cidades Invisíveis, do Calvino, sempre a virem à baila....)


Que andam os governos - nacionais e europeu - a fazer a Portugal?
(Vá lá, uma ajuda: é um verbo...)


Do título deste artigo de jornal extrai-se a errada dicotomia em que querem pôr-nos a ver o mundo: o da coexistência das actividades humanas com os espaços naturais, saudáveis, desabitados pelo Homem, com funções ecológicas...

Importa ressalvar que o que está uma vez mais em questão é o facto de que - e com projectos destes o corroboram - CRESCIMENTO é incompatível com DESENVOLVIMENTO.

Não, amigos. O que é incompatível são as visões mesquinhas e o umbiguismo fatídico da nossa curta duração por esta Terra. Só porque os filhos continuarão a viver lá porque deixou de haver uns hectares de pinhal, quer dizer que não eram necessários? E a viver, sim, mas com mais qualidade de vida? Só se for para os turistas e endinheirados desmiolados que lá forem alimentar estas ilusões.

Pelo menos, a haver uma subida do nível médio do mar, eles serão dos privilegiados, para assistir ao desmoronar da sua cara qualidade de vida. Que pena não ser selectivo um hipotético tsunami...
Que pena...

Comentários

Rogeriomad disse…
Caro amigo,

Demonstras que estás muito indignado com esta situação e é para estar. Agora imagina se morasses aqui, no Algarve, já alguns anos e visses progressivamente o território a modificar-se, quase sempre da pior forma... Como quarteirense, não foi à toa que escolhi seguir Geografia e Planeamento! :P

Já disse noutras situações que a aprovação e publicação do PROT Algarve foi importante, no entanto, sempre disse que ele seria atropelado por quem tem o poder político e económico...
Tal como tudo na vida, não somos sérios e andamos a brincar com o território...
Enfim, quanto mais velho fico, mais deixo de acreditar em entidades sérias! Não posso ser assim...
Será que acontece o mesmo contigo?

Noutro comentário cheguei a dizer que qualquer "Luís Figo" (investidor com capital) pode fazer o que quer com o Algarve.
Pode usar, abusar e até violar aos olhos de todos...

Cheguei a dizer algures neste blogue que esta região estava a "prostituir-se"! Em Portugal, haverá região mais prostituta que o Algarve?
(Tirem as vossas próprias conclusões).

No fim-de-semana fui correr entre Vale de Lobo e Quinta do Lago... tudo tão calmo, sem ninguém, casas fechadas, apenas um jardineiro ou outro a trabalhar, um segurança a fazer a patrulha (sempre a micar-me ao longe. Ridículo!)... tudo tão calmo!
Os estudos quando falam em postos de trabalho devem apenas analisar o mês de Agosto...
Alguém vive de trabalho precário?
Ops, obviamente...
E é bom?
Ops, sim, convém a alguns...

Mas se não é o Turimo o que seria dos Algarvios? E o que seria da Economia Portuguesa?

Toca a meter o território a render!

O que querem?
Uma casa com vista para o mar e numa zona natural?
Que seja feita vossa vontade...

Sem dúvida que tenho medo que as já poucas zonas naturais litorais se tornem jardins artificiais privados... tal como concluiu, no artigo, Luís Brás.

O PROT refere que estas são corredores verdes, zonas de transição/ligação entre o litoral e o barrocal, algo do género...
Muito bonito!
São até ao momento em que se aprova mais outro aldeamento turístico.

Outro assunto...
A Ecovia do Litoral já está implantada (penso eu) no meu concelho e sinto-me de duas formas:
- Feliz;
- Triste.

Feliz por ver que as coisas estão andar, triste porque em vez de ver uma coisa bem feita, vejo uma coisa assim assim...
Mas enfim, tudo isto, acerca de projectos de planeamento, é tudo tão subjectivo, depende das equipas projectistas, do financiamento do projecto, etc...

Dou dois meses para que a informação das placas informativas da Ecovia desapareçam!
Acreditam que eles tiveram a coragem de aplicar toda informação das placas em autocolante?

O que anda a malta de arquitectura... de design... de engenharia dos materiais a fazer?

Meus amigos...

Abraço,

Rogério

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