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Povo de Guimarães, 05-10-2007, pp. 12-13

Encontro-me a ler - muito espaçadamente, é certo... - "A Imagem da Cidade", de Kevin Lynch (Edições 70, cuja tradução, da autoria de Maria Cristina Tavares Afonso, deixa algo a desejar...), que é um bom estudo sobre Geografia da Percepção, envolvendo, claro, Arquitectura e Urbanismo e outras ciências.

Pelo já lido retive a ideia da importância da organização das ruas e de lugares "marcantes" para a imaginação mental das cidades. Em linhas gerais são esses dois factores que nos permitem uma maior ou menor "legibilidade" do espaço, e a consequente melhor ou pior orientação que temos quando nele temos de nos mover.

No fim de contas, trata-se da questão de identidades. E, num mundo globalizado, em que as diferenças que não se esbatem e se afirmam acabam por constituir uma "mais-valia" que "vende" bem em termos turísticos,

("Tudo assenta
no consumo e produção...",
daí o jargão económico)

as intervenções que os nossos engenheiros e arquitectos imprimem à paisagem urbana revestem-se de grande importância.

Já próximo de se assumir como Capital Europeia da Cultura, Guimarães apresenta propostas que podem alterar a "percepção" da cidade por parte de quem a visita ou nela vive. Daí que, como se diz na notícia, a sessão de apresentação tenha mobilizado muitos vimaranenses.

O futuro parece polémico (é só ler as notícias). Por isso, cabe perguntar:
Estará na mão dos cidadãos?

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