Das fronteiras (I)

Mapas - representações humanas, à escala, de determinado fenómeno espacial, estático ou dinâmico, presente ou passado.

Esta é a definição que aqui boto de um jorro, sem consultar o dicionário. Um Dicionário de Geografia poderia meter-nos em sarilhos (é sabido que quando vamos ter com os especialistas eles vêm sempre com as excepções e definições complicadas...).

Todo o mapa tem fronteiras. E isto é simples de concluir se pensarmos numa folha em branco: não há diferença entre um lado e outro ponto qualquer da folha. Assim seria um suposto mapa sem fronteiras. Mas isso não seria nunca um mapa. Porque não representava nada. Nem tinha escala, nem orientação, nem legenda... os quatro elementos fundamentais num mapa.


Imagem retirada de Centro de Midia Independente

Todo o mapa tem fronteiras.
E todas as fronteiras (vamos já precisar o sentido deste termo) são construções humanas. Limites políticos e administrativos

(como o muro da vergonha israelita... e se é israelita, não será também palestino? O seu a seu dono? Pois, mas um muro tem dois lados e afecta ambos os povos. Imposto por um deles, foi para ter esse efeito que foi erguido, certo? Ou errado?)

podem resultar de factores históricos, sim. Ao ponto de não nos perguntarmos porque é que nas fronteiras das Coreias, militares se confrontam em absurdas demonstrações de força em uniforme... sem atravessar a linha, o tal paralelo 38.

Fronteiras podem também ser determinadas por limites físicos, como acontece quando se mete água pelo meio (em forma de rios, mares ou oceanos) ou outros factores geográficos (cumeadas, talvegues...). Estes últimos casos ajudam-nos a estabelecer uma diferença (uma fronteira...) entre os termos "fronteira" e "limites".

Porque é que este país acaba aqui? Porque é que soe dizer-se que mal se entra em Espanha nota-se logo a diferença do piso da estrada? Isso resulta da gestão do território, da organização, da administração e do poder executivo do país vizinho.

Não espero levar este assunto a qualquer porto, mas permite-nos compreender e relacionar as diferenças de paisagem que pelo mundo podemos encontrar. Diferenças que, não estando aquela fronteira ali, porventura não se notavam, e o que veríamos seria apenas fruto do caos da Natureza. Lembremo-nos daquela imagem de "Uma Verdade Inconveniente", que nos mostra uma fronteira entre dois países africanos em que até as próprias árvores são diferentes...


(Voltaremos a este assunto)

Comentários

Rogeriomad disse…
Um bom assunto, que dá que pensar!

Podemos desenvolver esta tua ideia quando for ao Norte, na próxima semana.

Todas as fronteiras são construções humanas é algo discutível... mas concordo contigo!

Abraço.

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