Não propriamente a discussão sobre o sexo dos anjos...
La distincion...
(Ou la la!... ma ouais!)
Retomamos a foto do mês de Setembro passado para frisar duas coisas.
Primeira, que entre uma coisa e outra existe ainda uma terceira (a síntese, a contradição, a soma, a anulação, e ainda, importante, o desconhecido, com o qual devemos contar sempre em cada equação). Mas esta, no presente caso, não será definitivamente uma seta que esteja entre as duas representadas...
Segundo, que, levando-nos ambos os caminhos ao mesmo ponto do percurso (e já dissemos que cada ponto de chegada é mais um ponto numa recta, que continuaremos nós ou nós-outros, parafraseando, vá, talvez, o eterno retorno nietzschiano) temos uma escolha fulcral a fazer na nossa postura de vida:
(porque o espaço e o caminho, tal como a forma e os meios, não são alheios nem indiferentes ao estar-ser e ao como caminhar, nem ao conteúdo ou aos objectivos, respectivamente)
Ou seguimos pelo caminho da esquerda, que poderíamos apelidar de Ecológico (malgrat o cimento, não é?)
- que demora mais tempo e que - para quem reconhece kavafiamente que é mais importante a riqueza que colhes pelo caminho que a que esperas encontrar no destino - te faz viver mais tempo (e tampouco isto é indiferente);
- que nesse tempo a mais ele te oferece uma probabilidade mais alta e uma apetência maior a deteres-te nas coisas que te rodeiam e assim as inspirando seres mais rico e consciente;
(...)
Ou seguimos pelo caminho da direita, que poderíamos apelidar, entre os antónimos existentes e imaginários, de Económico
- que, por oposição - já se percebeu, basta ver - é mais curto e menos demorado face ao destino e te educa para o finalismo e para o desrespeito pelos meios (é isso a primeira consequência visível: voltemos a olhar para o resultado que lá está);
- que nesse tempo a menos ele te permite pensares noutras coisas (foi por exemplo para isso que se criaram os relógios e se aceleraram os processos produtivos, mediante as máquinas e a seriação
(Donde, talvez como lemos do postulado de Jane Jacobs, subscrito por Soja, de que o desenvolvimento intelectual e da técnica é filho do crescimento composto pela economia e a intensificação dos processos...)
(...)
Isto pode ter que ver com tudo, o que sendo impressionante não deve deixar de nos merecer atenção: somos ou não somos homens??
São duas vias: e dizemos que preferimos uma a outra, porque preferimos.
Porque, mesmo sem intelecto, já que somos bebés a pensar com a cabeça estragada dos adultos, salta à vista que um deles estraga o caminho e o outro não estraga o caminho.
Os fins não justificam os meios, e embora os fins sejam um produto dos meios, os meios também podem alterar a natureza dos fins que queremos encontrar.
Eis aqui os caminhos do vive e deixa viver e o do não penses no amanhã, que só tu contas (já se entrevêem mais oposições: colectivo/individual, público/privado, presente-futuro/futuro-e-fim, etc...)
Com base neste exemplo da geografia física (dimensões, pontos, linhas e seus percursos e possibilidades), convidamo-vos a reflectir um bocadinho sobre a forma de fazer geografia humana (filosofia no espaço).
É a entrar, meninos e meninas
a ver o que por aí se lavra.
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