O vício e a responsabilidade diluída



Vamos lá tautologiar um bocadinho?
Vamos.


Dispomos de meios (tecnológicos) avançados para resolvermos os nossos problemas terrestres. Ou terrenos, se preferirem.

Mas.

Há várias formas de resolver os problemas.
Dentro de cada forma de os resolver, os problemas e as soluções são encarados e orientadas mais neste ou naquele sentido.

Não, não importa apenas que os problemas sejam resolvidos.
Importa, em primeiro, que a resolução dos problemas não ponha em causa a própria resolução dos problemas.
Importa, depois
(- isto parece um politicamente correcto, vazio e bacoco a falar...)
que a resolução dos problemas não crie outros problemas. E nem outros, nem mais problemas.

A forma como olhamos para os problemas depende do nosso ponto de vista.
O nosso ponto de vista depende do lugar que ocupamos na problemática.

Quer isto dizer que as pessoas mais indicadas para resolverem os problemas são aquelas que por ele são afectadas?
Talvez.

Mas não se costuma dizer que...
os que podem, não querem
e
os que querem, não podem
?

Então continuemos virados
cada um para seu lado
e os problemas por resolver
e, não só por resolver mas,
a crescer.
Em número e magnitude.


Dispomos de meios tão avançados que parece absurdo não os resolvermos.
Mas vamos lá esmiuçar um bocadinho este absurdo:

"Esta m.... não anda, pá, porque a gente não quer qu'esta m.... ande.
Tenho dito!
A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém.
Não é isto verdade?:
Quer dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular..."

Etc., etc., etc.*


Mas
- só mais uma coisinha -
...

as nossas acções e vontades dependem dos nossos interesses.



E é nestas rodinhas que a Humanidade tem andado.
E para a frente, julga ela.



* - trata-se, pela enésima e sempre recorrente vez, de uma passagem do "FMI", de José Mário Branco.

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