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Vidal: rua de São Vicente - Braga (Agosto 2011)

Esqueçam a suposta mensagem política: não é da nossa responsabilidade.

Já por aqui se abordou a betonização sistemática da cidade de Braga, e já se falou muito sobre o despovoamento do centro da cidade, acompanhado pela degradação dos imóveis (chamemos-lhes assim) que o sustentam, ou sustentavam. Já por aqui se falou de público e privado e da (suposta) dificuldade de ajustamento de ambos os interesses. Já por aqui se falou de pessoas e da sua apetência por produtos modernos acabando invariavelmente num qualquer calabouço no 7º ou 8º andar de um prédio mais ou menos inacabado. Já por aqui se falou de pessoas e do seu gosto particular por endividamentos a 30 anos, para pagar a sua (?) casa (vulgo apartamento), com garagem, obviamente para o seu carro, ou seus carros, pagos a 5 ou 10 anos. Se tiverem sorte. Já sabemos que muitas dessas garagens à imagem das pessoas, também metem água; mas quando passeamos no centro de Braga, ou neste particular pela rua de São Vicente, uma angústia miudinha apodera-se do nosso corpo cujo centro nevrálgico, nesse momento, são os seus olhos. Com algumas veneráveis excepções, o que observamos são prédios abandonados e a cair de podres, outros em mau estado de conservação, e outros ainda entalados nos exemplos anteriores, tudo paredes-meias com alguns espécimes robustos de meados do século XX, e devidamente escoltados por uma matilha permanente de automóveis. Já aqui se falou de responsabilidade(s), ou da ausência desta(s). Talvez seja tempo de falar de irresponsabilidade, de desleixo, de incúria e, se calhar, de desprezo por quem nem sequer tem um tecto.

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