O lugar do lixo III

Quando a linguagem empobrece a alma, a mesma alma que se enriquece através da linguagem (mas não o mesmo tipo de linguagem, claro está), entramos numa espiral descendente do que é ser-se humano. Desse ser humano com tão propaladas e belas qualidades que sempre está em questão e em questionamento.
A meu ver, não o suficiente (questionamento).

Para que serve este texto?

Como é que o mundo muda?
Por acção - acção deliberada, consciente...
e - e aqui é que está! -
por inacção ou negligência - consciente ou inconsciente, deliberada ou não.

Enquanto as coisas se mexem, como não o mundo mexer-se com ele?
Pois que não será ele o conjunto delas? ou ele onde elas - exclusivamente - podem mexer-se?


Isto era só uma introdução.

O lugar do lixo é o nosso lugar na sociedade de consumo.
Ponto 1.

Ponto 2: o lugar da sociedade de consumo é no lugar do lixo.


E que tal os plásticos dos gelados, das garrafinhas que tão boa sede nos matam, ou que tão refrescantemente nos enchem de açúcares ou subprodutos da indústria químico-farmacêutico-em-última-análise-militar...?
Por cima da areia na praia, da erva na margem do rio.

Ah, e os pneus, quase irreconhecíveis na sua mole preta de borracha, abandonados na berma das auto-estradas, ou a servir, pintados de branco ou cores, de decoração de jardins e escolas e jardins-escolas (que os miúdos, divertidos, pintaram no seu recreio)?

Ah, a reciclagem e tal...
(continua)

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