A Rua da Estrada

Imagem disponível no blogue Quintas de Leitura


A Rua da Estrada, novo livro do geógrafo Álvaro Domingues, editado pela Dafne, foi apresentado sábado passado, dia 6 de Fevereiro, na Vida Portuguesa, no Porto.
No terceiro andar do antigo estabelecimento mal se cabia, tantos foram os que quiseram estar presentes para o lançamento do livro (que foi anunciado na rádio e nos jornais... só faltou mesmo a televisão).
Com pequenas apresentações de alguns convidados (entre outros, Carlos Magno, Júlio Machado Vaz, Nuno Portas...), que escolheram fotografias que surgem no livro, foi um fim de tarde bem passado e bem disposto.

A obra, produto de muitas horas de viagem pelas estradas deste país (propositadas nem tanto, mas aproveitando-as para captar situações), expõe os mundos, atropelados, das bermas (e não só) das estradas que fomos construindo ao longo do nosso perfil de território cada vez mais betonizado.
A imagem acima dá-nos o mote (a primeira que surge lá dentro), com o olhar estranho e inquiridor dos rinocerontes em que nos tornámos.
Uma espécie de "Nós por Cá" muito mais subtil, sem musiquinhas ridículas, que expõe, com graça e silêncio às vezes, com violência outras vezes, a desordem das coisas. Para, precisamente, através destas miradas atentas, nos indagar sobre a ordem que atrás delas (porventura) as comanda e as faz serem como são e como estão.

Não há proposta de soluções (não devia haver...) sem diagnósticos, mas não é esse o objectivo de Álvaro Domingues. São pequenos textos, que convidam à poesia, que ilustram as fotografias. Lançam olhares e perspectivas. Porque, ao acharmos muitas delas surpreendentes, concluímos que nem isso temos feito.

Como se diz no livro, parar é o mais difícil num espaço de movimento incessante.

Ler o texto de apresentação aqui.

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