"E se fosse eu?", por Rogério Madeira
Tive conhecimento deste desafio #esefosseeu
através da Associação dos Escoteiros de Portugal #esefosseeuaep e achei na hora um desafio interessante e com
uma questão pertinente: “E se fosse eu?” Realmente só nos colocando no lugar
dos outros, poderemos tentar responder a tal questão. E hoje, por vezes, tenho
assistido a cada comentário infeliz de muitas pessoas que parecem que não
conseguem colocar esta mesma questão: “E se fosse eu?” Em tempo de paz, muito
dificilmente sentiremos e saberemos como será partir da nossa terra, por esta
se encontrar em guerra, em total colapso.
Ter que
partir e deixar tudo para trás, com apenas uma mochila?
Ao tentar pensar nisso, não cheguei a
nenhuma conclusão a não ser pegar nas minhas duas mochilas que estão sempre
prontas para mochilar, por motivos da minha vida pessoal atualmente.
Felizmente, a
minha Terra ainda é o meu País e o meu País ainda é a minha Terra...
... e como tal percorro-o de Norte a Sul
com regularidade. Fico em casa de família, de amigos, em hostels, na sede dos
escoteiros, em parques de campismo e até em praias, em jardins, em pinhais,
etc. Tudo em tempo de paz. Com conforto ou desconforto... tudo em tempo de
paz! A minha cama e almofada começam a ser uns estranhos para mim. Sendo
assim, se tivesse que partir iria provavelmente pegar nas minhas duas mochilas
que se convertem numa, quando meto a pequena dentro da grande. A pequena está
preparada para 24 horas. É uma mochila que está pronta para as minhas
caminhadas e retiros de fim de semana, para me orientar pessoalmente e ao mesmo
tempo para dar apoio à formação no Grupo 250 de Mafra.
Que contém (no sentido dos ponteiros do relógio):
- Mochila com elásticos/mosquetões e com a minha identificação com grupo sanguíneo;
- Marmita com talheres de campanha.
- Enlatados e bolachas/barritas energéticas (normalmente tenho apenas 1 ou 2);
- Telemóvel não iria na mochila, provavelmente no bolso, mas quando ficasse sem rede ou sem bateria iria para a mochila. Também não é fundamental numa situação de refugiado, mas hoje não consigo viver sem ele. Até consigo! Mas quando não o tenho, sinto falta...
- Carteira com todos os meus documentos e algum dinheiro (tenho fotos da família e também selos postais, para quando quiser matar saudades e enviar notícias à família);
- Relógio também não iria na mochila, iria no pulso;
- Panamá. Sempre me acompanha quando prevejo uma jornada de caminhada.
- Água (ando com água e quando termina serve sempre de recipiente para voltar e encher de água de uma fonte, torneira ou até ribeiro desde com água límpida);
- Abafo. Serve para proteger o pescoço, boca e nariz do vento e frio. Para mim é útil;
- Apito com conta passos. Poderá servir para muita coisa: Chamar atenção! Alertar perigo! Informar localização! E quem sabe arbitrar um jogo… :P
- Caneta e bloco de apontamentos. Sempre andam comigo, para apontar tudo o que achar necessário e/ou partilhar info escrita com alguém;
- Aspirinas. As que estão na foto eram 4, só foi usada uma porque dei ao meu pai. Podem ajudar-nos a nós próprios e aliviar a quem nos solicita ajuda.
- Canivete multifunções tipo Suiço. Para tudo e mais alguma coisa.
- Isqueiro. Para fazer fogo;
- Produtos de higiene (normalmente apenas escova e pasta dentes pequena e papel higiénico);
- kit 1.º socorros (que neste momento até está incompleto).
Caso soubesse que teria que partir por muito mais
tempo, como é o caso que se verifica neste desafio. Levaria então também a
mochila grande.
E esta contém:
- Tenda. Não é importante, mas em tempo de chuva e frio, pode dar jeito;
- Esteira de campismo. Coloquei na foto, mas nunca vai nas minhas viagens!
- Saco-cama. Um bem quentinho é fundamental!
- Camisola e roupa interior. Normalmente só levo uma muda. Quando tenho que mudar, lavo e vai a secar na mochila.
- Toalha. Não é fundamental, mas serve como toalha de praia, de toalha de banho, de toalha de mesa, de saia, de cachecol, de chapéu/gorro viking e aconchegar um bébé, etc.
Esta seria a minha mochila!
Normalmente pesa até 10kg. Ficaria a faltar
muita coisa... roupa, calçado e comida... Ficaria a faltar provavelmente
objetos de valor sentimental e material... mas que não são importantes nestas
situações...
Provavelmente esperaria que poderia
contar com ajuda de outras pessoas... voluntárias e anónimas... que me dariam a
mão... e eu em jeito de gratidão aceitaria sem hesitar...
Gostaria de enaltecer a organização deste desafio #esefosseeu,
à Plataforma de Apoio aos Refugiados. Que pelo que vejo nos OCS e
acompanho na internet têm feito um trabalho imenso/enorme, mesmo contra a
hipocrisia que se ouve nas nossas praças e ruas. Têm sempre feito um papel de
educação/sensibilização da nossa Comunidade. Um bem haja a todos vós. Força
nisso! Sustentem sempre o Sustentável. À Associação dos Escoteiros de
Portugal #esefosseuaep, por se ter associado a este projeto, muito bem.
Sempre prontos! A nossa missão também é esta mesmo... Canhota!
Comentários
Mesmo à partida não sabendo responder (em vez de dizermos asneiras), como eu não sei, acho que se percebe que és uma pessoa rodada, organizada e com treino. Conheço-te, mas outros, não te conhecendo, perceberão isso também.
Sempre pronto a mochilar. ;)
Grande abraço amigo...