A cidade está a matar-nos

"Homem"
(inspirado em "O Grito", de Münch)
Eduardo F. - 9.11.00




Onde já não nascem as paixões.
Onde já não podem nascer paixões.
Onde a ausência de espaços íntimos aborta as paixões.
Onde estamos a esterilizar a vida.

Comentários

susemad disse…
Que palavras tão pessimistas e desmoralizadoras, Eduardo, para este Dia da Terra!

«Este Marcovaldo tinha um olho pouquíssimo afeito à vida da cidade: anúncios, semáforos, montras, letreiros luminosos, cartazes, por mais estudados que fossem para chamar a atenção, nunca detinham o seu olhar que parecia correr pelas areias do deserto. Em contrapartida, folha a amarelecer num ramo ou pena pousada numa telha nunca lhe escapavam: não havia moscardo no dorso de um cavalo, buraco de caruncho numa tábua nem casca de figo esborrachada no passeio em que Marcovaldo não reparasse e não fizesse deles objecto de profundos pensamentos, descobrindo a mutação das estações do ano, os desejos da sua alma e a miséria da sua existência.»
Marcovaldo, de Italo Calvino

A busca da natureza no meio de uma cidade será uma tarefa assim tão impossível de concretizar?!
Edward Soja disse…
A busca da Natureza é dura quando nos petrificam a paixão.

Na cidade ou no campo.
O mundo desaba ou desaparece até não se sabe quando.

Mas ter sempre a certeza da música, da literatura, das artes...
Tons de Azul.

Obrigado pelas palavras.

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