Atlas de Portugal ( IGP)

Desde meados do mês de Novembro de 2006 que está disponível online o novo Atlas de Portugal da autoria do Instituto Geográfico Português (IGP).

Fui lá fazer uma visita com a expectativa de ver algo de novo e que tivesse a intenção de se assumir como um verdadeiro repositório da informação geográfica que se produz por esse Portugal. No entanto fiquei algo desiludido, este novo atlas não traz nada que já não tenhamos visto no SNIG, no IgeoE ou no Instituto do Ambiente. Realmente tem grandes áreas de texto com a caracterização de Portugal ao nível demográfico, sócio-económico e geoestratégico, (isso pode ser encontrado em qualquer Atlas de papel que está confortavelmente guardado numa prateleira de uma biblioteca), mas falta-lhe uma verdadeira intenção de congregar a informação geográfica produzida a um nível local, servindo assim como uma verdadeira ferramenta de apoio à decisão.

A verdade é que quando olho para projectos desta natureza fico sempre com a ideia de que, com os recursos informáticos que existem na actualidade, poderíamos ir mais além e partir para a criação de uma base de dados nacional que servisse de repositório de toda a informação geográfica produzida ao nível das autarquias e outros organismos de administração local. Assim, partiríamos para a criação e um verdadeiro SIG nacional, onde teríamos a informação actualizada de forma dinâmica, que nos desse uma visualização real e mais pormenorizada do país, o que seria uma clara vantagem para a gestão e ordenamento do território.

Claro que a ideia de convergência da informação não tem o objectivo de centralizar a decisão, mas sim fornecer dados que permitam a visualização a identificação de potencialidades e estrangulamentos existentes nas diversas localidades e a sua distribuição geográfica a um nível geral (país), apoiando na criação de directivas que orientassem o desenvolvimento de cada região de acordo com as suas potencialidades, sempre em coordenação com as restantes regiões, garantindo um desenvolvimento harmonioso do país.

Esta pode parecer uma ideia megalómana, mas tenho a convicção de que com a coordenação entre as diversas instituições de administração local e central de modo a que se evitasse o trabalho redundante (muitas vezes temos várias instituições a fazer exactamente o mesmo trabalho), se promovesse a homogeneização de formatos que servem de suporte aos dados geográficos, se promovesse a cooperação na produção de informação geográfica, poderíamos ter a médio/longo prazo uma verdadeira ferramenta de apoio ao planeamento do território e gestão de riscos.

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