Ide plantar eucaliptais "para o raio que vos parta!"

É também disto que estamos a falar quando falamos em alterações climáticas.

As alterações climáticas - e referimo-nos, não importa qual o grau, nem entramos em querelas sobre como prová-las, às alterações que derivam de acção antrópica - são um somatório, um fim na cadeia, um impacto. Ou seja, são um resultado.

A alteração do que se passa na atmosfera (que, sim, sabemos, não é um sistema fechado) está (no entanto) intimamente relacionada com o que se passa aqui em baixo. E o ordenamento do território e, em suma, os usos que fazemos do território para elas contribuem, de uma forma ou de outra.

As respostas, as causas, estão cá em baixo, aqui, ao nosso lado.

Ao mesmo tempo que andamos a "pregar aos peixinhos" e a advertir para o que estamos a causar, no mesmo jornal, mas em páginas diferentes, lemos esta noticiazinha. Mas que a cimeira de Copenhaga isto, e mais aquilo...

BLÁ
BLÁ
BLÁ...


Que autoridade temos nós, ou - lá está! - uma empresa, para irmos alterar o uso de não sei quantos hectares numa terra? Ainda por cima nem é nossa... As traseiras da aldeia global, para onde estamos a exportar os erros que tão sabiamente cometemos dentro de portas...

Moçambique tem eucaliptos como espécie autóctone?
(se alguém souber que nos informe, por favor)


Não vale a pena querermos a dar um passo em frente se continuam a dizer-nos para, antes, darmos dois atrás.

(Semelhante - e isto nem devia estar entre parêntesis! - a isso é a construção de mais e mais grandes barragens, para, dizem - e dizem muito bem - produção de energia eléctrica.

Mas - ainda não percebemos? - querer fugir aos combustíveis fósseis e matar a biodiversidade que se perde com as albufeiras é:

dar dois passos atrás nas traseiras da nossa cabecinha.

Para depois virem enfiar-nos pelos olhos, com grande alarido, o passo que demos em frente...
Ahah!, que bons que eles são, os justos, os amigos do ambiente...)

Não vale a pena estarmos com fingimentos.
As decisões têm de ser tomadas.

E temos de ser nós, informados.
Uma Democracia de participantes que não estejam nem informados nem conscientes não é uma Democracia que se recomende.

Talvez os pequenos salazares que abundam aí nas nossas praças estejam a gostar da óptima saúde desta, recomendando até melhorias.
Sabemos bem que melhorias...

O jogo da destruição do mundo está intimamente com o joguinho do consumo.
E nós não podemos continuar a ser só espectadores.
Lembremo-nos: nós é que somos os jogadores, os consumidores.

Estamos fartos de hipocrisias e de jogo escondido, de actores maldosos que vão fazer asneiras para onde não possamos alcançá-los - "That's what globalization is all about".


É esta a lição que nos abstemos de aprender?
Está mais que na hora...
Estamos a perder há muito.

PIM!

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