Novas luzes ao fundo do túnel

Portugal a dar passos em frente.


"Torres Vedras foi o primeiro concelho a inaugurar uma rua LED, ou seja iluminada com gasto de menos energia e com menos emissões de dióxido de carbono. A rua LED resulta do projecto PRO-EE (Public Procurement boots Energy Efficiency) que é coordenado pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e que impulsionou, no início deste mês, a rua pioneira, em Santa Cruz, Torres Vedras.

Espera-se que até ao final do ano apareçam mais duas ruas LED, em Beja e em Cascais, bem como o desenvolvimento de outros projectos inovadores na área da energia."

Notícia retirada daqui.


Ainda mais à frente dos LED (Díodos Emissores de Luz) estão os OLED (LEDs orgânicos):
Cliquem na imagem para depois verem o vídeo (8:30 de duração).


O atraso na industrialização nos finais do século XIX e o regime opressor, atrasado, solitário, pequenino e agrícola que dominou grande parte do séc. XX acabaram por constituir uma espécie de paraíso para os turistas, que viram em Portugal quer a falta da confusão das grandes cidades, quer um meio natural quase intacto.

Depois, percebemos que o turismo até dava umas massas e toca a construir Algarves por esse litoral continental fora (e a Madeira não escapa). O processo está em curso e de boa saúde, apesar da crise na habitação.

Depois, um dia, com tudo ou quase tudo perdido, com o território desfigurado, com os recursos ambientais e paisagísticos irreversivelmente em crise, aperceber-nos-emos (não é uma questão de se, mas uma questão de quando - e aí é que está o busílis) que o turismo sustentável é que é o futuro. E teremos que destruir todo o mal que orgulhosamente continuamos a erguer. Novamente ou ainda pequeninos.

Mas nós ainda estamos no paradigma do crescimento e não no do desenvolvimento sustentável. Chamemos-lhe turismo mas queremos é chamar-lhe ordenamento do território. Sempre.


Portanto, no caso das energias, Portugal parece dar mais um salto em frente. Mas, no caso particular da iluminação pública, a obsolescência criada pelo desenvolvimento da tecnologia não tardará a repor o país na sua situação de atraso crónico em relação ao que já é possível fazer. Daí que Portugal seja sempre provisório. Ou anacrónico.

É nesse limbo que temos morrido.
E é nesse túnel que parecemos sentir-nos bem.

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