Amén, senhor Presidente

E agora desculpem-me se isto estiver a ficar demasiado fulanizado.
É que as corrupções são camisolas de vestir. E há quem as vista. E bem! Fazendo vista grossa.

É a notícia pra aquecer: no D. de Notícias, no J. de Negócios, no Público...
É o senhor, Vítor Sousa, "de consciência tranquila", claro está, que já vai a caminho do lugar cimeiro da administração distrital. Na corrida. Já tem todos os requisitos.
Senão vejamos:
- é escolhido pelo partido a que pertence, sem mais delongas ou considerações da parte dos seus afiliados;
- é de um partido que angaria associados com lanches durante uma tarde;
- esteve numa empresa pública muncipal e agora candidata-se ao Município;
- já é suspeito de práticas obscuras;

Este senhor que se segue, mais os eleitores que são feitos à imagem e semelhança - não sabemos quantas centenas ou dezenas de acólitos da corrupção - tem tudo pronto para saltar prò poleiro.
Já tem a prática toda dos mais famosos cá do país que até acabam - estando já numa "idade avançada" ou de "grande maturidade" - a cumprir penas domiciliárias.

Não é "World Leaders Chose World Leaders".
É: "Caciques locais escolhem caciques locais".

E tudo permanece continuamente entre os mesmos de sempre, bolorentos e já a arrebentar com a nossa paciência de fracos e esfomeados. Os leões vêm-nos comer a mão. E levar-nos-ão os votos.

E depois eles dirão, arrogantemente democráticos:

"Vêem? Eles deram-nos razão. Tínhamos motivos em estar tranquilos."

Uma coisa é a legitimação democrática. Que em nada anula a suspeita que recai, uma vez mais, sobre os párocos deste antro barroco muito mal frequentado.
Outra coisa é a suspeita de tráfico, de desvios de maquias, de abuso do poder, de delapidação e apropriação de dinheiros que dizem públicos mas que os "públicos" nunca vêem. Além de salários chorudos.
Outra coisa ainda é a tranquilidade, a imunidade, de que os corruptos de pança cheia gozam nestes burgos cacicados.

Notícias omissas nos órgãos que servem o poder, transformam, há anos valentes, esses órgãos em acólitos e instrumentos desse poder. Não há que enganar. Depois vêm logo acudir, a dizer que estiveram também lá, a dar a notícia. Para ninguém pensar que estaria a omitir o que se diz por aí e "o que se escreveu que se escreveu".

Como já dissemos - e isto continua cada vez mais escandalosamente a saltar cá pra fora, como qualquer porcaria que sempre vem ao de cima de cada vez que remexemos um bocadinho mais nesta terra... - são pessoas e camisolas corrompidas e bem cheirosinhas, lavadas a branco, com bom dinheiro - para que tu e eu nos calemos, que temos o filho a trabalhar ali, que o amigo deu "um jeito" - que controlam, estrategicamente, colocadas em pontos fulcrais desta economiazinha de fachada a cair de podre.

Uma farmácia, uma empresa de "tratamento" (?) de lixo, um belo restaurante, mais uma empresa e outra empresa municipal, mais não sei quantas ligações toupéiricas a construtoras/destruidoras civis e imobiliárias, mais o apoio da santa sé, que tem de se apoiar sempre em quem mais forte for sendo... (os fracos da História...), mais o clube de futebol, mais a rádio e um jornal local...  e temos o caldo entornado.
Sempre a mesma sopa.

E estas são as pessoas que temos.
E estes serão os escolhidos que elegeremos.
Tranquilos, porque nunca serão julgados.
Tranquilos, seus perpetuadores complacentes estúpidos, os eleitores.
Porque há muito morreu neles a possibilidade de julgar.

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