Com sete palmos de terra se constrói uma cabana com a tipologia de moradia unifamiliar

Clica para habitarFonte: Rogério Madeira, Quarteira, 30.12.2007.
Nota: Se olharmos a Norte encontram-se os condomínios privados, a Sul encontra-se o “mar de Quarteira”, a poente encontram-se as dezenas de hotéis e apartamentos turísticos de Vilamoura, a nascente a cidade Quarteira. Querem melhor localização que esta para se viver?


Numa região com 395.218 habitantes, com 251.822 alojamentos familiares dos quais 145.627 são residências habituais e 106.195 “ocupados” para uso sazonal ou secundário e com 25.858 alojamentos vagos. Se somarmos os alojamentos ocupados e vagos e se pensarmos que em regra cada alojamento alberga 3 habitantes, a região do Algarve terá uma capacidade de alojamento para 833.040 habitantes, ou seja, mais que o dobro que a população residente algarvia. (Dados do INE, 2001).
Recordo que neste valor não está incluído o número de fogos previstos em planos de urbanização ou de pormenor e nos alvarás de loteamento recentemente aprovados por todo o território da região.

Numa cidade com 16.129 habitantes, com 21.302 alojamentos familiares dos quais 5.659 estão ocupados para uso residencial habitual e 15.643 “ocupados” para uso sazonal ou secundário e com 1.350 alojamentos vagos. Se somarmos os alojamentos ocupados e vagos e se pensarmos que em regra cada alojamento alberga 3 habitantes, a cidade de Quarteira terá uma capacidade de alojamento para cerca de 67.956 habitantes, ou seja, 4 vezes mais que a população residente quarteirense. (Dados do INE, 2001).
Recordo que neste valor não está incluído o número de fogos previstos no “Plano de Urbanização de Quarteira Norte” (em discussão pública) e alvarás de loteamento recentemente aprovados.

Tendo em conta estes números e a realidade da habitação urbana existente na região do Algarve como na cidade de Quarteira (qualidade da construção e preço dos apartamentos), resta-me desejar (o mais correcto será… continuar a sonhar…) que o ano 2008 traga habitação para todos!

Observo a classe baixa a viver na rua, em barracas ou cabanas, em alojamentos colectivos de solidariedade, em decadentes bairros sociais, a classe média a pagar renda ou empréstimo durante uma vida para ter casa (com má qualidade tendo em conta aquilo que pagou, paga ou pagará) e uma classe alta despreocupada e exploradora desta triste realidade.

Uma vivenda com primeiro andar com escadas interiores e exteriores, garagem com veículo estacionado, terraço com tanque, varanda com “antena parabólica”, um barbecue, uma casota e um cão de guarda “é o que todos queremos”.
Como disse Zeca Afonso “com sete palmos de terra se constrói uma cabana” (em “Os índios da meia praia”). Clique aqui para ler a letra.
Não é difícil de alcançar este nosso sonho…

O português (o “espantalho” ou o “fantoche”) com imaginação consegue realizar os seus sonhos.

O futuro em Portugal parece-me cinzento…
…mas o importante é continuar a sonhar e tentar concretizar aquilo que sonhamos.

Eu(nós) tentarei(emos) continuar a sonhar em 2008. Bom ano a todos.

Bem, vamos trabalhar! (se nos deixarem…)

Nota: Vidal… há uns meses atrás (talvez anos) pediste-me valores, no que se refere à capacidade de alojamento na região do Algarve. Na altura, tinha-te dito que a população duplicava, mas que não sabia de números. Pronto! Aqui estão os números. Ainda bem que aguardaste pela minha resposta… sinal que não deixaste de sonhar! Em breve, tentarei arranjar-te valores da população flutuante (continua a sonhar). Bom ano amigos.

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