A ofensiva é global e os efeitos, locais, somados, são-no também.

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ProSavana from GRAIN

O governo brasileiro e o sector privado estão a colaborar com o Japão para promover um projecto de agronegócio em grande escala no norte de Moçambique. Denominado ProSavana, o projecto poderá disponibilizar 14 milhões de hectares de terra para empresas brasileiras do agronegócio para a produção de soja, milho e outras culturas de rendimento que serão exportadas pelas empresas transnacionais japonesas. A área de Moçambique, conhecida como Corredor de Nacala, é uma região onde moram milhões de famílias camponesas que correm o perigo de perder as suas terras neste processo.


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Sete helicópteros, forças militares, policiais e de segurança, estimadas em mais de 500 efectivos, tomaram parte numa operação de demolições do bairro residencial Mayombe, no município de Cacuaco, em Luanda, a 1 de Fevereiro passado.
De acordo com os relatos dos moradores, o dispositivo militar e policial destacado no local de madrugada surpreendeu e causou pânico às populações locais. “Por volta das 5h00 da manhã, os bulldozers começaram o seu trabalho de desalojamento de mais de 5,000 pessoas”, afirmou Mateus Virgílio Mukito, um dos moradores.
Por sua vez, Pedro Sebastião, outro desalojado, disse ao Maka Angola que duas crianças morreram no acto.

Ler notícia completa, via MAKA


Na China e no Brasil dos Jogos Olímpicos a cena repete-se.
São só uma amostra dos bem-olhados e bem-aplaudidos países "em crescimento", exemplo a seguir pelos que agora os vêem passar à sua frente.



Em termos de massificação:

a) O turista é aquele que vai consumir coisas nos sítios onde não habita.
b) O consumidor é o que faz as coisas dos sítios onde não habita fazerem turismo por ele.


Os turistas são a força motriz da destruição, pois o seu consumo é o aval para que continuemos a aplicar estas estratégias.
Os turistas são uma só face dum mundo onde as maiores empresas, para o manterem mais bem enredado, baralham as forças e zonas de produção e consumo para criarem relações de dependência por elas controladas e por elas espremidas sob a forma de petrodólares e outros nauseabundos líquidos.

O turismo massificado vai lá aprovar a obra visível, apenas.
Digo massificado pois é esse o que é suficiente para suportar as grandes maquias. As grandes massas, já agora.
O turismo-crime muito bem organizado e planeado por não sei quantos agentes e intermediários.
Para que nada escape e o dinheirinho seja certo.

E se pensamos que só lá para os países que os ricos subjugamos é que se cometem atrocidades - o velho, permanente e muito escamoteado e ocultado direito à terra - pensemos nas demolições dos bairros das zonas do Porto ou da grande Lisboa, para os quais já tivemos oportunidade de chamar à atenção, ou, nos países ditos desenvolvidos ou democráticos mais a norte, a França, no caso, que recorrem aos mesmos métodos repressivos da polícia e do exército numa intimidação encapotada típica das ditaduras militares em que os dois blocos caquécticos e assassinos foram pródigos desde o século passado. 

Tudo para "varrer" manifestantes que ocupam terrenos cobiçados não pela polícia, nem pelo Exército, nem pelo Estado, mas pelas empresas que mandam nestas três instituições. 
Em nome da Democracia, ou, se quisermos, do desenvolvimento económico, para construir novos aeroportos, para destruir quintas invocando o que for preciso ou para novas linhas de TGV.

Menos espaço para todos.
Mais dinheiro para alguns.

As pessoas são, tal como por cá, algo que não existe.
Só existem para ter fome e ser carne pra canhão.
Bem apontada prò coração do mundo.

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