O que os Cepos não nos fazem saber sobre o PNB

Plano Nacional de Barragens

1. O total das 10 barragens deste Plano (duas delas já foram anuladas) produziria o equivalente a 3,2% da energia consumida em 2009 (em condições hidrológicas favoráveis), insuficiente sequer para cobrir o aumento do consumo entre 2009 e 2010 que foi de 4,7%;

2. O investimento neste Plano não vai ser Privado, mas sim PÚBLICO: o total anual de subsídios do Estado à produção de energia eléctrica vai valer às concessionárias 48 milhões de euros por ano – muito além do que estas terão de pagar pelos direitos de exploração das novas barragens – para além do que o Estado irá garantir às concessionárias 30% das receitas sobre a produção de cada barragem, tornando este Plano na 3ª Parceria Público Privada mais cara de sempre;

3. Os encargos totais a pagar pelos consumidores e contribuintes portugueses chegará aos 16 mil milhões de euros (o TGV Lisboa – Madrid, recentemente anulado, custaria 1,7 mil milhões de euros), o que significa que cada família terá de pagar € 4.800 para financiar esta loucura, ou o correspondente a um aumento contínuo da tarifa de electricidade de 10%;

4. O potencial de poupança de energia eléctrica chega aos 12,6 TW/h/ano, o que se conseguiria atingir a um custo 10 vezes menor ao deste Plano, o qual no conjunto só atinge a fasquia de 1,7 TW/h/ano de produção de energia eléctrica (sete vezes menos que o potencial de poupança de energia eléctrica);

5. O reforço de potência da barragem da Venda Nova consegue um período de funcionamento 65% maior, a um investimento comparativamente menor de 58%, e produzir o equivalente a 77% de todo o conjunto de 10 novas barragens do Plano Nacional de Barragens (existem mais barragens a receber reforços de potência em Portugal);

6. O país tem instalados 16.736 MW de potência, enquanto nos picos de procura necessita apenas de 9.000 MW;

7. A capacidade de bombagem das barragens existentes, 2507 MW, já é superior ao necessário para manter a gestão e equilíbrio da rede eléctrica nacional;

8. Considerando a relação entre bombagem reversível, perdas nas turbinas e geradores, e o consumo de energia de origem eólica, o total destas barragens irá na verdade acrescentar ZERO energia na rede;

9. O turismo ecológico e cultural (proposto já para o vale e a Linha do Tua em projectos concretos) gera 11 vezes mais postos de trabalho por milhão de euros investido, que a construção de uma barragem, sendo que a maior parte das grandes barragens de Portugal foi implantada nas regiões mais pobres, contribuindo ainda mais para o despovoamento e depressão socio-económica;

10. A navegabilidade do Douro entre a foz do Tua e a barragem da Valeira (rio Douro) será posta em causa com a barragem do Tua, o que em última análise significará a interrupção definitiva dos cruzeiros do Douro até ao Pocinho e Barca d’Alva, na fronteira espanhola. Para além disso, tanto o paredão como todos os edifícios e construções anexas à barragem e linhas de alta tensão estarão situadas dentro da área classificada pela UNESCO como Douro Vinhateiro Património da Humanidade, o que poderá levar à sua imediata desclassificação.


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